São Paulo - O Itaú distribuiu cerca de R$ 9 milhões para cada um dos cerca de 15 executivos do alto escalão da diretoria do banco, no ano passado. Foi o segundo maior gasto entre empresas brasileiras, perdendo apenas para a mineradora Vale, com média de R$ 13 milhões per capita.
Os dados, divulgados pelo Valor Econômico, apontam ainda que 70% do pagamento é feito na forma de bônus e ou em ações, ou seja, em tese estão atrelados a desempenho.
"Esse dado mostra que é aí que nasce o assédio moral. Um grupo bem pequeno com ganhos majoritariamente baseados no desempenho explorando dezenas de milhares de trabalhadores apenas para manter seus ganhos em patamares proibitivos", diz Marta Soares, diretora executiva do Sindicato.
Marta lembra também que o desempenho do Itaú está em alta há anos, mas os funcionários são tratados com descaso pelo banco. No ano passado, apesar de o lucro superar os R$ 14 bilhões, quase 8 mil postos de trabalho foram fechados. "Além de ser trágico para quem perde o emprego, essa política também pune quem fica, pois a sobrecarga cresce ainda mais", afirma. Desde a fusão com o Unibanco, o quadro já foi reduzido de 108.458 para 89.615.
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Campanha - A reação dos bancários contra a política de exploração promovida pelo Itaú é a Campanha de Valorização lançada em abril, pelo Sindicato. As reivindicações já foram entregues ao banco, mas continuam sem resposta alguma, fato que gerou manifestação em três concentrações nesta quarta 12.
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O mote da campanha é “Esse Cara Sou Eu”, inspirado na música de Roberto Carlos.
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Redação, com informações do Valor - 12/6/2013
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Valor pago para grupo coloca banco como segunda maior empresa do país no pagamento de bônus
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