São Paulo - Os bancários precisam estar atentos. Desde 2004 é debatido na Câmara dos Deputados um projeto de lei que tem por objetivo facilitar a terceirização de serviços pelas empresas e a precarização do trabalho. Se aprovado, o PL 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), será uma mão na roda para os bancos que usam e abusam das terceirizadas para realizar trabalho tipicamente bancário.
A terceirização também foi pauta da reunião da centrais sindicais com a presidenta Dilma.
> Seu emprego está em risco, bancário
> Dilma quer projetos em consenso com trabalhadores
Em reta final de análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, o PL seria votado há um mês, mas a atuação do movimento sindical junto com o Partido dos Trabalhadores garantiu o adiamento. Agora ele volta para a CCJ no dia 9 de julho.
“Se você bancário não quer ser um terceirizado no futuro, participe dessa luta”, convoca a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas. “No dia 4 faremos um dia nacional de mobilização contra o PL 4330 e a participação maciça dos trabalhadores de todo o Brasil pode garantir que essa medida, que tanto interessa aos empresários e principalmente aos banqueiros, seja definitivamente barrada.”
Estima-se que atuem no setor financeiro mais de um milhão de pessoas, mas o quadro formal de empregados dos bancos é de aproximadamente 500 mil. “A diferença são os terceirizados, muitos deles ex-bancários que foram demitidos e contratados por terceirizadas, nas quais os salários chegam a ser três vezes mais baixos que a média da categoria e sem a maioria dos direitos conquistados em muitos anos de luta, como os vales refeição, alimentação, PLR”, explica.
“Por isso, ao longo dos quase dez anos de tramitação do PL 4330, o Sindicato e a CUT não mediram esforços para combater sua aprovação. A participação do bancário nesse dia de luta será fundamental. É a mobilização que garante conquistas e acho que hoje isso está mais claro do que nunca. Temos de sensibilizar a sociedade e o Congresso Nacional para que esse PL seja definitivamente barrado”, destaca a dirigente, lembrando que além de precarizar o trabalho, esse projeto de lei visa flexibilizar e reduzir direitos trabalhistas inscritos na CLT e na Constituição Federal. “A categoria bancária, assim como outras, lutou por muitas décadas para garantir uma Convenção Coletiva de Trabalho forte. Desmobilizar os trabalhadores e acabar com sua organização é também um dos objetivos desse PL. Lute contra!”
Cláudia Motta - 26/6/2013
