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Quinze mil participam de ato na Paulista

Linha fina
Em São Paulo, CUT e demais centrais sindicais, movimentos sociais e estudantes saíram em caminhada pela pauta dos trabalhadores, em Dia Nacional de Luta
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São Paulo – A classe trabalhadora deu mostra de unidade em todo o Brasil nessa quinta-feira 11, Dia Nacional de Luta, cujo objetivo foi levar para as ruas as reivindicações e pressionar pela aprovação da pauta entregue ao governo federal e ao Congresso Nacional em março deste ano, durante Marcha à Brasília.

Em São Paulo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais levaram para a Avenida Paulista dezenas de categorias, entre bancários, químicos, petroleiros, metalúrgicos, funcionários públicos, professores, motofretistas, eletricitários, profissionais da saúde, trabalhadores rurais. Além de estudantes e militantes de movimentos sociais, negros, LGBT e de mulheres.

Todos reforçaram o repúdio ao PL 4330, que amplia a terceirização e fragiliza os direitos trabalhistas, e manifestaram seu apoio a outras bandeiras de interesse de toda a população, como a proposta de destinar 10% do PIB para saúde e educação, reforma agrária, transporte público de qualidade, fim do fator previdenciário, dentre outras.

Segundo levantamento da CUT participaram do ato na Paulista cerca de 15 mil pessoas. Os manifestantes começaram a se concentrar por volta do meio-dia, em frente ao Masp. Mais cedo, os bancários já haviam paralisado as atividades em 50 agências e duas concentrações na região da Paulista.

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Por volta das 13h, os manifestantes fecharam as duas pistas da Paulista no quarteirão do Masp. Sobre um carro de som, falaram as lideranças de partidos de esquerda, dos movimentos sociais, de entidades estudantis e das centrais sindicais.

O bancário Vagner Freitas, presidente da CUT, ressaltou que a data reforça ao governo e Poder Legislativo que se a pauta dos trabalhadores não for atendida, a classe vai para a luta nas ruas. “Foi assim que conseguimos todas as nossas conquistas. E as centrais estão juntas nesse luta. O Congresso e o governo têm de entender que não aceitamos que a pauta dos empresários seja atendida e a dos trabalhadores fique parada. Precisamos acabar com esse projeto de terceirização (PL 4330), temos de reduzir a jornada sem redução de salários, acabar com o fator previdenciário. A base aliada do governo tem de se mostrar favorável às reivindicações da classe trabalhadora. Nós elegemos esse governo para isso”, destacou.

O deputado estadual e líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, Luiz Claudio Marcolino, lembrou que o país teve avanços nos últimos 10 anos, como a política de valorização do salário mínimo e aumento dos investimentos públicos, mas que é preciso avançar mais. “É preciso mais investimentos em saúde e educação, reforma agrária e melhoria da mobilidade urbana”, disse, citando pontos da pauta dos trabalhadores. “Essas sempre foram bandeiras do Partido dos Trabalhadores e dos movimentos sociais. E hoje estamos mostrando isso em todo país. Está na hora dos trabalhadores serem atendidos”, acrescentou.

Para o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Gilmar Mauro, o Dia Nacional de Luta mostrou a unidade entre trabalhadores do campo e da cidade. Ele destacou a necessidade de uma reforma agrária efetiva no país e disse que o MST também participou da mobilização fechando rodovias em vários estados. “Esse movimento de hoje é importante porque mostra aos setores da direita raivosa que não se pode despolitizar a classe trabalhadora. Quem produz nesse país tem de ser respeitado e não vamos aceitar retrocessos. Temos é que andar para a frente e pressionar pelos avanços. A pauta tem de ser atendida.”

Por volta das 15h, os manifestantes seguiram em caminhada. Percorreram a Avenida Consolação, as ruas Rego Freitas e Major Sertório, a Avenida Ipiranga e terminaram o ato na República.

Mesmo abarcando trabalhadores de diversas correntes partidárias e sindicais, a paz prevaleceu e o dia de sol colaborou com o movimento.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, avaliou a mobilização como positiva. “Acompanhamos as manifestações em todo o país. Considero que o Dia Nacional de Luta atingiu seus objetivos e colocou a agenda dos trabalhadores na ordem do dia.”

As centrais voltam a se reunir amanhã, às 10h, para avaliar o alcance e definir os rumos da mobilização. Novas manifestações podem ser organizadas para agosto.

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Andréa Ponte Souza e Rodolfo Wrolli - 11/7/2013

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