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Sobe 11% número de mortes em assaltos a bancos

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Dados nacionais do primeiro semestre são de pesquisa divulgada por bancários e vigilantes durante a Conferência Nacional dos Bancários
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São Paulo - Nova pesquisa nacional revela que 30 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre de 2013, média de cinco vítimas fatais por mês, o que representa aumento de 11,1% em relação aos seis primeiros meses de 2012, quando foram registradas 27 mortes, e de 30,4% em comparação a igual período de 2011, que teve 23 mortes. O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.

O lançamento da pesquisa ocorreu nesta sexta-feira 19, durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo.

> Clique aqui para acessar a pesquisa completa

São Paulo (14), Rio de Janeiro (5), Bahia (3) e Rio Grande do Sul (3) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência (60%) foi novamente o crime de “saidinha de banco”, que provocou 18 mortes. Já os clientes foram outra vez a maioria das vítimas (21), seguido dos vigilantes (4). Um gerente do Banco do Brasil foi morto no Piauí.

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes comprovam, sobretudo, a escassez de investimentos dos bancos na melhoria da segurança. Segundo dados do Dieese, os seis maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) obtiveram lucros de R$ 51,4 bilhões em 2012. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,1 bilhões no mesmo período, o que significa 6,1%, em média, na comparação com os lucros.

> Vídeos: Carlos Cordeiro e José Boaventura falam sobre segurança bancária

“São números preocupantes que apontam a negligência dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como mostram a fragilidade da segurança pública, pois faltam mais policiais e viaturas nas ruas e ações de inteligência para evitar ações criminosas”, avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

“Essas mortes reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que está completando 30 anos e se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Há um projeto de estatuto de segurança privada, que está em análise no Ministério da Justiça. Precisamos de uma nova legislação que tenha mais equipamentos de prevenção e medidas eficazes para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e propiciar segurança para trabalhadores e clientes”, salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

Mortes por estados - São Paulo registra quase a metade das ocorrências (14), o que representa 46,67% das mortes. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar com 5 casos (16,67%).
Ocorrências - O levantamento aponta que os crimes de “saidinha de banco” seguem liderando as ocorrências, tendo causado 18 mortes, o que representa 60% dos casos. Em segundo lugar aparecem as mortes em assaltos a correspondentes bancários, com 5 mortes (17%). Na terceira posição estão os assassinatos em assaltos a agências, com 4 vítimas fatais (13%).

Bancários e vigilantes defendem ações preventivas que visem enfrentar esse tipo de crime. Por exemplo, para evitar a ação dos olheiros na hora do saque, a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos. Os trabalhadores querem, ainda, a colocação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes e vidros blindados nas fachadas. Outra medida é a isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça.

Perfil das vítimas - A pesquisa revela que 21 clientes foram mortos no primeiro semestre deste ano, sendo as principais vítimas em assaltos envolvendo bancos, o que representa 70% das ocorrências e um aumento de 40% em comparação ao mesmo período do ano passado. Quase todos foram assassinados em “saidinhas de banco”.

Os vigilantes ocupam o segundo lugar com 4 vítimas fatais. Um bancário também foi morto. “Os bancos e as empresas de vigilância têm que ampliar equipamentos de prevenção e oferecer melhores condições de trabalho, pois é inaceitável que os trabalhadores continuem morrendo por falta de investimentos na proteção da vida”, enfatiza Boaventura.

A pesquisa aponta também o gênero das vítimas, mostrando que os homens (28) são os que mais morrem em assaltos envolvendo bancos, o que representa 93,3% dos casos.

Falta investimento - Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados de 2012, os seis maiores bancos lucraram R$ 51,4 bilhões e tiveram despesas com segurança e vigilância de R$ 3,1 bilhões. Comparando os números, os bancos gastaram 6,1% dos lucros em segurança e vigilância.

Multas - Além das mortes, os bancos também agem com descaso no cumprimento da lei federal nº 7.102/83. No primeiro semestre de 2013, a Polícia Federal multou 19 bancos em R$ 8,803 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), em Brasília.
As principais infrações foram número insuficiente de vigilantes, alarmes inoperantes, planos de segurança não renovados, transporte de numerário feito por bancários, falta de detector de metais portátil e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outras itens. Houve também aplicação de multas e penalidades contra empresas de segurança, vigilância, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes.


Redação, com informações da Contraf-CUT - 19/7/2013

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