São Paulo – Quantas pessoas com deficiência estão na categoria bancária? Onde estão lotadas? Esses são alguns questionamentos que o Sindicato reivindica que sejam esclarecidos na segunda edição do Mapa da Diversidade, espécie de censo da categoria bancária, em fase de elaboração pela federação dos bancos (Fenaban) e que deve ser aplicado no próximo ano.
“Com essas informações teremos condições de saber se os bancos respeitam a Lei das Cotas, quais são os problemas que esses funcionários enfrentam no dia a dia e, a partir de visitas aos departamentos, averiguar se o ambiente de trabalho e os equipamentos estão adequados a essas pessoas”, afirma a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, que participa das negociações sobre igualdade de oportunidades com a Fenaban.
O Mapa da Diversidade foi conquistado pela categoria em 2008 e o resultado do primeiro censo foi divulgado em 2009. O segundo começará a ser executado em 2014.
Luta pela inclusão – Conforme a Lei das Cotas (8.213/91) que completa 22 anos nesta quarta 24, as empresas com até 200 trabalhadores têm de ter 2% de seu quadro ocupado por pessoas com deficiência, até 500 o percentual é 3%, até mil 4%, e acima deste número de contratados 5%. No entanto, conforme o Censo do IBGE, de 2010, apenas 1,6% dos 45 milhões de pessoas com deficiência estão em empregos formais.
De acordo com Marta Soares, o Sindicato tem atuado em duas frentes para que o PCD tenha direito a trabalho digno. Primeiro nas negociações com os bancos e, segundo, integrando a Câmara Paulista criada pela Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE) para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. “Essa luta integra nosso papel de Sindicato Cidadão, o qual se preocupa com a melhoria da sociedade em todos os sentidos”, afirma.
> Sindicato na Câmara Paulista para inclusão de PCD
Para marcar os 22 anos da Lei das Cotas, a Câmara Paulista realiza manifestações na terça-feira 30. Haverá solenidade no salão nobre da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e eventos culturais e educativos, a partir das 11h na Rua das Flores, próximo à estação Trianon-Masp do metrô.
Falta ascensão – “Estou no banco há quase três anos, exerço bem minhas funções, mas, até agora, não tive oportunidade de realizar outras tarefas, ser promovida”, o depoimento é de bancária com deficiência que considera que a falta de oportunidades é devido ao despreparo das empresas. “Estudo constantemente, procuro me qualificar cada vez mais, mas é necessário que o banco também faça sua parte. Caso contrário, ficaremos eternamente no mesmo lugar. Não é isso que desejamos, queremos evoluir profissionalmente.”
Para Marta o exemplo da trabalhadora reflete muito a situação do PCD. “Nesta campanha nacional vamos insistir para que os bancos tenham política voltada para esses funcionários. Eles não querem ser vistos apenas como uma necessidade da empresa para preencher cota, reivindicam ter oportunidades para ascender profissionalmente”, acrescenta.
Campanha 2013 – Na 15ª Conferência Nacional dos Bancários foram aprovadas propostas para garantir a igualdade de oportunidades nas instituições financeiras para todos os trabalhadores.
Entre as reivindicações que serão entregues à Fenaban na terça-feira 30 está também a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
Jair Rosa - 23/7/2013
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Entidade propõe que Mapa da Diversidade tenha questões relativas às pessoas com deficiência e averiguar se as instituições financeiras respeitam Lei das Cotas
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