São Paulo – Terceirização é uma forma de subcontratar trabalhadores com menos direitos. Mas a classe trabalhadora é contra esse tipo de prática, e por isso foi às ruas na sexta-feira 30, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação.
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Essa é apenas uma das pautas, mas para a categoria bancária figura entre as mais importantes. Sob o pretexto de regulamentar a terceirização no Brasil, o projeto de lei 4330, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB), acaba por legalizar a precarização do emprego.
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Faixas, balões, força e resistência de quem estava na rua desde cedo marcaram as manifestações do dia de luta, que reuniu diversas categorias, como químicos, professores e bancários. Protestos ocorreram em todo o Brasil durante todo o dia.
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Em São Paulo, um ato conjunto reuniu, a partir das 15h, cerca de 5 mil manifestantes na Avenida Paulista. Por volta das 16h, os professores também chegaram ao vão livre do Masp, em passeata que saiu da Praça da República. “O momento do trabalhador é agora. Sem avanços para a classe trabalhadora não há desenvolvimento do país”, comentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, no início do protesto.
Sergio Nobre, secretário-geral nacional da CUT, comemorou as manifestações em todo o país. Em seguida, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, agradeceu trabalhadores da cidade e do campo em solidariedade a todas as categorias. “Vamos para a rua contra qualquer projeto que afete o direito do trabalhador”, ressaltou a dirigente. Juvandia lembrou que bancários de norte a sul de São Paulo e de Osasco atrasaram em uma hora a abertura de agências reforçando as manifestações do dia de luta.
Para a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, as manifestações nas agências foram de extrema importância. “Foi possível dialogar com o funcionalismo sobre terceirização, sobre o quanto esse projeto é nocivo aos direitos conquistados com muita luta. Trata-se de uma prática dentro das instituições financeiras, até mesmo públicas, como o Banco do Brasil.”
Vagner Freitas (foto) alertou que o PL 4330 “é para arrebentar a organização dos trabalhadores”, mas que a pressão das centrais continua. A votação do PL está prevista para 3 de setembro na Câmara.
Voz das ruas – O presidente da CUT comentou que não era possível contabilizar a participação de trabalhadores em todo o país, uma vez que muitos se manifestam sem ir para as ruas, mas expressam sua adesão de diferentes formas e que a luta das centrais reflete a voz do povo trabalhador. “As reivindicações dos trabalhadores nunca vêm desassociadas da pauta da sociedade, das ruas. É por isso que população e movimentos sociais participam juntos nesse dia de luta. Essa união é o que dará resultados.”
Fator previdenciário – Outra bandeira da classe trabalhadora levada às ruas nesta sexta-feira 30 foi pelo fim do fator previdenciário. Desde 1999, incide sobre o valor da aposentadoria essa fórmula instituída pelo governo Fernando Henrique que leva em conta tempo de contribuição, alíquota paga, expectativa de vida e idade no momento da aposentadoria.
A CUT e demais centrais sindicais conquistaram a reabertura oficial das negociações com o governo federal que se comprometeu a apresentar uma proposta para a questão do fator previdenciário em cerca de dois meses.
O presidente da CUT deu o recado em cima do carro de som na Avenida Paulista: “Precisamos conquistar o fim do fator previdenciário, herança maldita do governo FHC”, disse Vagner.
Gisele Coutinho – 30/8/2013
Linha fina
Manifestação cobrou do governo fim do fator previdenciário, melhorias na saúde, educação e fim do projeto de terceirização que regulamenta a precarização do trabalho no país
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