São Paulo – Tarifas altas, juros mais altos ainda, poucos bancários para o atendimento. Essas são as principais queixas dos clientes, que também sofrem com o modelo de gestão dos bancos. A greve da categoria bancária, que começou no dia 19 e completou sete dias na quarta-feira 25, também é por reivindicações que melhorariam a vida deles.
Os bancários querem o fim das demissões em massa, ampliação das contratações e o aumento da inclusão bancária, reivindicações que melhorariam o atendimento à população. “Mais um motivo para eu apoiar”, destacou a professora da rede municipal Cleusa Martins. “Caixa tem bastante, mas normalmente estão vazios, sem ninguém para atender a gente”, afirmou a cliente que está em férias e conseguiu realizar normalmente uma transferência de valores no autoatendimento do Bradesco.
No acumulado dos 12 meses terminados em julho, os bancos múltiplos com carteira comercial (todos menos a Caixa Federal) fecharam 8.519 postos de trabalho. Somente em julho de 2013, 460 vagas a menos, em média 15 por dia, o que prejudica muito o atendimento e leva os trabalhadores ao adoecimento.
A greve chega a uma semana e, por enquanto, não houve proposta dos banqueiros acima dos 6,1% de reajuste, índice sem aumento real que motivou a paralisação por tempo indeterminado. Para a pesquisadora Cibele Borsatti “a greve é um direito dos trabalhadores”. Ela realizou apenas um depósito e não enfrentou fila no autoatendimento do Bradesco.
O comerciante Mohamed Said também defendeu a mobilização. “É um movimento legítimo desde que preserve o direito do cidadão. Eu exerci meu direito, acabei de resolver o que precisava no caixa eletrônico, então estou satisfeito.”
“Se não correr atrás não sai aumento real. Espero que a categoria consiga logo algum avanço”, desejou Fernando Silva, fiscal da SPtrans.
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Gisele Coutinho – 25/9/2013
