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Sindicato estabelece Comissão da Verdade

Linha fina
Trabalhos buscarão esclarecer fatos que envolvem bancários e dirigentes perseguidos durante a ditadura
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São Paulo – Com o objetivo de resgatar a memória dos bancários e dirigentes presos, torturados e mortos durante a ditadura militar, o Sindicato estabeleceu uma Comissão da Verdade que buscará esclarecer fatos obscuros envolvendo a perseguição estatal ao movimento bancário e seus trabalhadores no período.

As pesquisas serão baseadas nos depoimentos de trabalhadores e dirigentes que viveram o regime militar. A partir deles, a comissão irá traçar uma linha do tempo que jogará luz sobre os acontecimentos entre 1964 e 1985.

“A intenção é conhecer as diferentes versões, recriar os fatos e propor uma reflexão a respeito daqueles anos”, diz o historiador Tiago Hilarino Christophi da Silva, que integra a comissão.

Um desses fatos ainda repletos de mistério é o assassinato do então presidente do Sindicato, Salvador Tolezano (foto), em 1970. Desaparecido em janeiro daquele ano, seu corpo foi achado alguns dias depois, em uma represa, na região de Sorocaba.

A versão oficial consta que ele foi vítima de um assalto comum, mas nem seu relógio de ouro e nem sua carteira foram levados, o que levanta suspeitas sobre a conclusão da polícia.
De acordo com Tiago, a comissão terá um caráter mais de memória social e menos de comprovação legal para retratar os fatos. “Se, por causa da legislação vigente, não é possível prender e julgar os torturadores e assassinos do Estado, a sociedade deve ter pelo menos o direito de saber que houve tortura e assassinatos em nome do Estado”, pondera o historiador.


Rodolfo Wrolli – 11/11/2013

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