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Trabalhadores cobram mais investimentos no país

Linha fina
Protesto em frente ao Banco Central, em Brasília, contra aumento da Selic. Copom decide rumos da taxa básica de juros em reunião que termina na quarta-feira
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São Paulo - Favorecer o capital especulativo ou promover o crescimento da produção e da economia do país. Em linhas gerais é entre uma coisa ou outra que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá nesta terça e quarta-feira ao optar, no primeiro caso, por um novo aumento da taxa básica de juros, a Selic, ou mudar a postura das últimas cinco reuniões e determinar sua queda.

“O aumento da Selic só favorece o capital rentista e os bancos, que detêm cerca de 30% da dívida pública e são altamente remunerados com a elevação dos juros. Mas prejudica a economia brasileira, a produção, os investimentos no país. É ruim para os trabalhadores e para toda a sociedade”, avalia a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. A entidade estará ao lado da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em manifestação pela queda da Selic, em frente à sede do Banco Central, em Brasília, nesta terça-feira.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembra que o governo federal apostou certo quando iniciou processo de redução da Selic, que de 10,5% no início de 2012 desceu até 7,25% em março de 2013. Depois disso, no entanto, voltou a subir até atingir os atuais 9,5%. “A presidenta Dilma fez uma das coisas mais importantes da história do Brasil quando enfrentou os banqueiros e baixou a taxa de juros. Agora, voltou atrás. E só os rentistas ganham com isso. Eles não produzem nada, só ganham com especulação financeira”, ressalta.

Só este ano, a Selic subiu 2,25 pontos percentuais sob a justificativa da elevação da inflação. Como faz girar a dívida pública, esse aumento leva a um custo adicional de cerca de R$ 40 bilhões anuais para os cofres da União, montante que representa quase duas vezes o orçamento anual do programa Bolsa Família. “A sociedade perde porque parte considerável do dinheiro público, ao invés de ser destinada à saúde, educação, ao saneamento básico, por exemplo, vai para pagar e remunerar os detentores da dívida pública, ou seja, as instituições financeiras”, critica Juvandia.

Juros bancários – Outro problema, aponta a dirigente, é que com a Selic elevada, os bancos acabam por aumentar ainda mais suas já altas taxas de juros, ou seja, passam a cobrar mais pelo crédito concedido aos clientes. Desde dezembro de 2012, a taxa de juros média da economia brasileira passou de 18% para 19,5% ao ano. Para pessoa física, subiu de 24,3% para 25,5% ao ano. “A relação crédito/PIB no Brasil é bem mais baixa que nas economias desenvolvidas e juros altos dificultam ainda mais o acesso ao crédito”, destaca Juvandia. Em países como China, Suécia e EUA, a relação crédito/PIB chega, respectivamente a 131,60%, 138,47% e 192,42%, enquanto que no Brasil é de 55,5%.

“Para que a economia volte a crescer num ritmo mais elevado, para que se aumente o consumo, a produção e os empregos é muito importante que o Copom interrompa o ciclo de alta na Selic. Esse é o recado que os trabalhadores darão ao Banco Central em Brasília”, completa a dirigente.


Redação - 25/11/2013

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