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Itaú lucra R$ 15,8 bilhões e precisa contratar mais

Linha fina
Inadimplência atinge menor nível desde fusão com Unibanco, carteira de crédito cresce, e mesmo assim banco não valoriza trabalhadores
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São Paulo – Em meio às críticas dos trabalhadores por falta de segurança em agências, reivindicações de mais contratações e fim das metas abusivas, o Itaú anunciou seu lucro, que bateu recorde do próprio resultado do ano anterior e demonstra que tem plenas condições de contratar mais e valorizar os funcionários. O lucro líquido recorrente de 2013 atingiu R$ 15,8 bilhões, o maior da história dos bancos de acordo com a Economatica.

O número corresponde a um crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior. A rentabilidade alcançou 23,9% no quarto trimestre de 2013, enquanto o indicador acumulado do ano atingiu 20,9%, aumento de 1,5 pontos percentuais. Ao final de 2013, a carteira de crédito total do Itaú alcançou o saldo de R$ 509,879 bilhões, com crescimento de 6,0% em relação ao terceiro trimestre de 2013 e de 13,5% em relação a 2012.

O índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias, apresentou redução de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,1 ponto percentual em relação a dezembro de 2012 chegando a 3,7%, o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco em novembro de 2008. Com a queda, o Itaú provisionou bem menos. O resultado de créditos e liquidações duvidosas caiu 30,5% ou R$ 5,936 bilhões em 2013 em relação ao ano anterior. As despesas com provisionamento tiveram redução de 22% e as receitas de recuperação de créditos anteriormente baixados como prejuízo apresentaram aumento de 9%.

“Mesmo com a queda da inadimplência e com a lucratividade maior, o banco não contrata e segue assediando seus trabalhadores com metas absurdas, impostas sem avaliar o perfil de agências e clientes. O Itaú precisa urgentemente avaliar essa situação e valorizar seus funcionários”, alerta a diretora da Fetec-CUT/SP Valeska Pincovai.

O número de empregados no Brasil – exceto os incorporados da Credicard – chegou a 87.589, redução de 2.734 postos de trabalho em 12 meses. Com a incorporação da Credicard, o Itaú passou a contar com mais 1.194 trabalhadores. “O número não compensa os cortes de empregos e podemos ver isso em agências e departamentos. Os funcionários estão sobrecarregados, suas metas maiores a cada mês, e as regras dos programas próprios, como o Prad e o Agir, não são claras. O resultado é o adoecimento”, ressalta Valeska.

Receita cresce – Enquanto o Itaú não investe em melhorias para seus trabalhadores, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias vão às alturas. Em comparação com 2012, o crescimento foi de 22,1%, atingindo R$ 22,148 bilhões. O que impulsionou esse crescimento foi a aquisição da Rede [antiga Redecard] ao final de 2012. No entanto, ainda que fosse desconsiderado o efeito do aumento proporcional da contribuição da Rede, e incluindo o resultado de seguros, previdência e capitalização, o crescimento seria de 13,9% no ano.

Valeska destaca ainda que enquanto a receita do banco cresce, diminuem as condições de trabalho. “Clientes e bancários sofrem em agências lotadas, sem ar-condicionado, sem caixa, o que precariza o atendimento. E ainda enfrentam problemas com a falta de segurança”, conclui a dirigente sindical.


Gisele Coutinho – 4/2/2014

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