São Paulo – Iara Iavelberg era uma mulher bonita, alegre e culta. Entrou na universidade em 1963, no Instituto de Psicologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, onde despertou interesse pela política. Depois do golpe de 1964, passou a atuar em organizações de resistência, primeiros passos para a clandestinidade.
Ingressou na resistência armada e passou a ser um dos principais alvos da repressão militar ao se tornar companheira do ex-capitão Carlos Lamarca. Foi encontrada morta após uma ação do exército num prédio onde vivia, em Pituba, bairro de Salvador, em 20 de agosto de 1971. Lamarca morreria numa emboscada no interior da Bahia, pouco depois, em 17 de setembro. A versão oficial – jamais aceita pela família de Iara – afirmou tratar-se de suicídio.
Em 2003, a família conseguiu junto ao cemitério israelita a exumação de seus restos mortais, que mais de 30 anos depois puderam ser removidos da ala dos suicidas.
A partir desse episódio, sua sobrinha, Mariana Pamplona – que não manteve o sobrenome Iavelberg em função de os pais temerem represálias – passou a desenvolver o projeto do documentário Em Busca de Iara que reconstrói a trajetória da tia militante. Mariana entrevista parentes, companheiros, especialistas e testemunhas chave para provar: Iara foi assassinada com um tiro no peito que jamais poderia ter sido disparado por ela mesma.
Assista – O documentário, dirigido pelo marido de Mariana, Flavio Frederico, será lançado em pré-estreia no Sindicato. Frederico participa do evento, uma parceria com o CineB.
A exibição será na terça-feira 18, no Auditório Amarelo (Rua São Bento, 413, Centro), a partir das 19h. Reserva de convites pelo 3188-5207 ou [email protected] (informar nome, e-mail, telefone e profissão). A capacidade do auditório é de 80 pessoas.
Cláudia Motta - 12/3/2014
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Documentário lançado em pré-estreia no Sindicato investiga trajetória da militante Iara Iavelberg e sua morte na Bahia. E desmente a versão oficial de que teria se suicidado
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