São Paulo – Milhares de trabalhadores de todo o país saíram às ruas da capital paulista para reivindicar dos governos uma pauta conjunta de manutenção de conquistas e ampliação de direitos.
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A 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, organizada pelas centrais sindicais e que reuniu diversas categorias na quarta-feira 9, saiu da Praça da Sé, às 11h da manhã, passou pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e chegou ao vão livre do Masp, na Avenida Paulista, no início da tarde.
A manifestação, pacífica, ocorreu sem nenhum incidente e agrupou mais de 40 mil trabalhadores que aprovaram a Agenda da Classe Trabalhadora, com propostas para o desenvolvimento com qualidade de vida e direitos, a ser apresentada pelas centrais sindicais ao governo federal, Câmara, Senado, Tribunal Superior do Trabalho, além de partidos e candidatos, nesse momento que antecede as eleições de 2014.
Reivindicações – Carros de som, bandeiras e faixas divulgavam as principais reivindicações, como o fim do fator previdenciário, o não ao PL 4.330 da terceirização, pela redução da jornada, igualdade de oportunidades e salários entre homens e mulheres, transporte público de qualidade, manutenção da valorização do salário mínimo e redução dos juros e do superávit primário.
Futuro – No momento em que o golpe militar faz 50 anos – data lembrada na manifestação –, o presidente da CUT, o bancário Vagner Freitas, afirmou que é preciso pensar no futuro: “Não podemos conviver com essa taxa de juros e o Brasil não pode reviver as receitas do passado. O passado não presta para o Brasil. Temos que fazer coisas voltadas para a agenda do futuro. E manter a política de valorização do mínimo, já que setores da direita querem acabar com essa conquista das marchas”, disse.
Para o ex-presidente do Sindicato, o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), as marchas são importantes para a luta: “Várias aconteceram em Brasília e a classe trabalhadora vem consolidando a cada ano suas conquistas no diálogo com o governo federal, mas temos ainda uma pauta a ser realizada. A redução da jornada de trabalho, a manutenção da valorização do salário mínimo e o fim do fator previdenciário são exemplos”.
Sobre a unidade dos trabalhadores, Marcolino ainda afirma: “Desde a presidência do Sindicato dos Bancários, participamos da marcha e a unidade das centrais sindicais garantiu conquistas às trabalhadoras e aos trabalhadores brasileiros. Queremos manutenção e ampliação de direitos e a nossa pauta apresentada ao governo federal deve ser cobrada”, diz.
Na avaliação da presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, a marcha foi ótima. “Foi muito importante porque, na unidade dos trabalhadores de diversas categorias, buscamos ampliar direitos cobrando dos governos e poderes. A retirada do PL 4.330 e políticas públicas pela mobilidade afetam diretamente a categoria bancária. Em São Paulo, por exemplo, a ampliação do metrô é para ontem e é fundamental para a qualidade de vida do trabalhador”, declarou.
Ao final, no Masp, todas as bandeiras tremularam e, em regime de votação, a agenda do futuro foi aprovada por aclamação pelos trabalhadores do país.
Mariana Castro Alves – 9/4/2014
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Agenda da Classe Trabalhadora a ser apresentada à sociedade e a candidatos antes das eleições é aprovada por milhares em marcha
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