São Paulo – Os bancários de São Paulo têm uma atuação importante na articulação da luta de trabalhadores de bancos multinacionais. Foi o que se viu no 10º Encontro das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, que reuniu diversas organizações sindicais do continente, em 5 e 6 de junho, em Lima, no Peru.
Além do intercâmbio de experiências e troca de ideias, representantes sindicais debateram como estabelecer políticas e ações na região. “Junto com organizações de trabalhadores de diversos países, fizemos análises de conjuntura, do sistema financeiro, e cada rede destacou um conjunto de propostas de ação para o próximo período”, explica o diretor regional da UNI Américas, André Rodrigues.
Focos – Entre as principais propostas relativas ao Itaú, que desde março de 2014 é signatário do acordo marco global com a UNI Américas, está a disseminação de políticas positivas – como contratação de pessoas com deficiência, indígenas e negros – e a uniformização de políticas de distribuição de lucros.
Já no HSBC, o foco é a defesa dos empregos, do sigilo dos trabalhadores contra perseguições da instituição e a denúncia de que, no México, o banco tem feito um “laboratório” de desrespeito aos direitos trabalhistas, tendo em vista a fragilidade da organização dos trabalhadores.
No caso do Santander, o principal foco é a luta contra demissões no Brasil. No Banco do Brasil o objetivo é pressionar pela implementação de cláusulas do acordo, por exemplo, em negociações no Paraguai, país em que os trabalhadores estão há mais de dez anos sem assinar acordo coletivo.
Fortalecimento da luta – Para Márcio Monzane, chefe mundial da UNI Finanças – que prefere ser chamado de coordenador – “as Redes têm uma função importante porque é de maneira organizada que os trabalhadores podem estabelecer uma linha de atuação conjunta”.
Um exemplo de como a união fortalece a luta é dos trabalhadores uruguaios do Itaú. O banco não vinha pagando horas extras e somente a intervenção do Sindicato no Brasil junto à área de recursos humanos resultou em acordo favorável aos bancários do país vizinho.
A avaliação de André Rodrigues é de que, em dez anos, houve bastante avanço: “Os espaços de negociação da região com os bancos vêm aumentando, assim como o número de sindicatos filiados junto à UNI. Há avanço contra a fragmentação sindical por meio da unificação e criação de confederações”, diz.
“Trabalhamos para fazer valer a voz dos trabalhadores da América do Sul e de nossa forma de fazer política. Avançamos bastante”, concorda a diretora do Sindicato Rita Berlofa, que também participou do encontro.
“A luta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da UNI na criação de sindicato da categoria dos Estados Unidos é outro bom destaque dessas ações no fortalecimento da classe em nível mundial”, salienta André.
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Mariana Castro Alves – 9/6/2014
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