São Paulo – Mais de vinte moscas varejeiras tiveram de ser mortas por trabalhadores do Centro Administrativo São Paulo (Casp) HSBC, só na manhã desta terça 1º. Os insetos de cor verde-metálica começaram a aparecer por causa de um rato em putrefação no chão do segundo andar, na divisória entre o setor de correspondente bancário e RMO, departamento que trabalha com a movimentação bancária das agências.
Funcionários já tinham aberto chamado para reclamar do mau cheiro, em 10 de junho, mas o banco não fez nada. “A administração predial ficou inerte”, relata o diretor do Sindicato Paulo Sobrinho. De acordo com ele, o setor de engenharia foi procurado, mas também não tomou nenhuma atitude, informando apenas que o combate às pragas é feito sem dedetização, passando somente determinado “produto”. Representantes do banco creditaram a presença das varejeiras a uma peixaria vizinha e ao lixo produzido no prédio. “Durante esta manhã, finalmente administração subiu e encontrou o rato embaixo do chão”, conta o dirigente.
Os funcionários ficaram revoltados ao ver o roedor. “Teve quem chorasse pelo descaso por parte do HSBC, pelo estresse da falta de condições de trabalho e por ver que as reclamações não são levadas a sério pelo banco. Foi uma situação limite”, afirma Paulo Sobrinho.
O episódio ocorreu ao mesmo tempo em que a instituição financeira realiza a Semana Interna de Prevenção a Acidentes do Trabalho (Sipat), que deve ser promovida anualmente junto com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e o Sesmt, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, um grupo técnico designado para isso.
Para o diretor do Sindicato, é uma contradição. “O problema de infestações já vem sendo denunciado pelos trabalhadores há algum tempo. Enquanto esse rato é encontrado, é feita a Sipat no vão do jardim. Isso prova que, realmente, o HSBC deveria agir e tomar medidas concretas para atender as condições mínimas de prevenção, em cuidado à saúde do trabalhador”, afirma.
Ovos da mosca varejeira, quando depositados em feridas, seja em animais ou seres humanos, se transformam em larvas que invadem a pele e se alimentam corroendo os tecidos vivos que encontrarem pela frente, devorando até ossos e cartilagens.
Mariana Castro Alves – 1/7/2014
Linha fina
Roedor é encontrado embaixo de piso, junto à fiação, no Casp. Descaso do banco causa revolta
Imagem Destaque