São Paulo – “Mais contratações, menos sufoco” é o mote que os trabalhadores do Banco do Brasil estão levando à população para reivindicar melhores condições de trabalho. Com faixas, som e pranchetas de abaixo-assinado, dirigentes sindicais fizeram marcha pelo centro da capital com a finalidade de chamar atenção para a falta de funcionários e as implicações no atendimento, na quarta 6. Foram visitadas agências das ruas São Bento, 15 de Novembro, Álvares Penteado e da Praça do Patriarca.
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Em muitas agências os dirigentes sindicais encontraram mesas para o atendimento desocupadas, falta de caixas, fila no autoatendimento.
Foram coletadas 251 assinaturas de clientes em apoio aos bancários em pouco mais de uma hora e meia de atividade.
Apoio – “O banco é público e deve ser voltado para os trabalhadores, não para correntistas de alta renda”, disse Gabriel Guerreiro, artesão que aderiu ao abaixo-assinado por mais contratação.
Outro cliente assinou em solidariedade aos funcionários: “Sou sempre bem tratado pelos caixas”, disse Carlos Kaeriyama, funcionário do Metrô.
“Moro em Ribeirão Pires e lá na minha agência é urgente colocar mais funcionários”, conta Alexandre Sato, outro funcionário do Metrô.
O ex-presidente do Sindicato e deputado estadual (PT), Luiz Cláudio Marcolino, participou do ato no centro. “O banco público tem um papel social de incentivar o crédito e o desenvolvimento local e regional e, para que isso não seja esquecido, é importante que haja mais trabalhadores e mais preparação para o bom atendimento”, destacou.
Jornada de luta – O representante da Fetec/CUT-SP na Comissão de Empresa, Cláudio Luiz, lembrou que as instituições financeiras pensam prioritariamente em redução de custos. “Como o BB não pode demitir, ele não repõe os funcionários”, explica.
“Estamos entrando em campanha, que não é só salarial, mas por melhores condições de trabalho e respeito aos trabalhadores bancários”, explicou o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi.
“O banco anunciou que vai contratar aprendizes, mas, em vez disso, deveria contratar funcionários concursados. Bancários inclusive estão sendo pressionados por gerentes a usar o login para habilitar equipamentos para a utilização de terceirizados. Isso é precarizar as relações de trabalho”, aponta o dirigente João Fukunaga.
Acordo entre Ministério do Trabalho e Emprego e o Banco do Brasil, assinado na quarta 30 de julho, prevê contratação de 3,5 mil jovens aprendizes, entre 18 e 24 anos para atuarem no Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado.
Nessa jornada de luta, que faz parte da Campanha Nacional 2014, serão feitas passeatas e encontros em todas as regiões para mobilizar a base. “Só com unidade é que vamos buscar respeito e avanço nos direitos”, completou Fukunaga.
O ato seguinte para coleta de assinaturas ocorrerá na zona leste, na sexta-feira 8.
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Mariana Castro Alves – 6/8/2014
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