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Passeata pelo centro abre Campanha Nacional 2014

Linha fina
Mote deste ano faz alusão ao universo cinematográfico; pauta de reivindicação já está com os bancos e dentre outros pontos pleiteia reajuste salarial de 12,5%
Imagem Destaque

São Paulo – "Bancos em 3D: demitem, desrespeitam, deprimem. Vamos mudar essa história." O lado negro da força financeira, "Bank Vader" encarnava o banqueiro enfrentado pelos intrépidos "Bancários Jedis". Para combater o fantasma do assédio moral que assombra a categoria, entraram em cena os "Assédio Busters".

> Fotos: galeria da passeata
> Vídeo: campanha está nas ruas

Os personagens, que fazem alusão a grandes sucessos do cinema como Star Wars e Ghost Busters, representavam o embate entre o bem e o mal e ilustravam o mote da Campanha Nacional 2014, apresentado em passeata pelas ruas do centro de São Paulo na ensolarada tarde da segunda 11, data da entrega da pauta de reivindicações à Fenaban. Também foram entregues as pautas específicas do Banco do Brasil e da Caixa.

> Pautas entregues a Fenaban, BB e Caixa

A trilha sonora com o batuque da escola de samba Tom Maior contagiava quem passava pela região.

"Nossa campanha salarial deveria ser a mais rápida e mais fácil de negociar diante do lucro do setor, mas é o contrário, é a campanha mais difícil e muito demorada por causa da ganância dos banqueiros", afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto acima).

Dirigindo-se aos correntistas, a dirigente continuou: "A maior taxa de juros do mundo é cobrada no Brasil. Você paga tarifa para tudo. Ser banqueiro no Brasil significa ganhar dinheiro muito fácil, por isso temos de exigir dos bancos que contratem mais trabalhadores, que cobrem tarifas e juros menores, e que acabem com a sobrecarga de trabalho, que prejudica os trabalhadores e a população".

A advogada e cliente do Bradesco Paula Pereira ouvia tudo com atenção e concordou. "É um roubo o que esses bancos fazem! Na poupança o dinheiro rende uma miséria, mas experimenta parcelar a fatura do cartão para ver o que acontece. Você vai à falência!", bradou.

Tapa na cara – O lucro líquido dos cinco maiores bancos em atividade no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander) alcançou a marca de R$ 13,6 bilhões nos primeiros três meses deste ano, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2013. Apenas com a cobrança de tarifas os bancos ganharam R$ 24,3 bilhões, crescimento de 11,44%.

"Esses lucros são um tapa na cara do povo brasileiro. Os bancos não cumprem seu papel social, não oferecem crédito à sociedade e cobram juros abusivos", reforçou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "A Campanha Nacional dos bancários é também uma campanha de denúncia contra os bancos e de solidariedade com clientes e usuários", acrescentou.

Vagner aproveitou para alertar a categoria sobre a importância da participação na Campanha Nacional. "Vá às assembleias, participe dos atos. E se nós tivermos que convocar uma greve, participe, seja atuante. A campanha é da categoria. O sindicato é só um instrumento, mas quem defende seu salário, sua carreira, é você bancária e bancário, se mobilizando."

Os trabalhadores que participaram do ato reforçaram. "Essa é a hora de dizermos para os bancos que não estamos satisfeitos com a exploração diária para cumprir metas", ressaltou uma funcionária do Banco do Brasil. Outra bancária do Itaú também demonstrou sua reprovação. "Para aumentar as receitas, os bancos podem fazer outros tipos de ajustes, como cobrar tarifas de ex-funcionários ou de altos investidores ao invés de demitir ou exigir a venda de tantos produtos por mês. É um inferno!", criticou.

O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT), ex-presidente do Sindicato, participou da passeata e ressaltou que a mobilização da categoria nos últimos anos garantiu uma série de conquistas, como aumento real de 18,3% desde 2004, a 13ª cesta-alimentação, o abono-assiduidade.

"Os banqueiros podem pagar o que os bancários estão reivindicando, então é importante que a categoria mais uma vez atenda o chamamento dos sindicatos, porque é com muita mobilização e com muita garra que chegaremos à vitória", declarou.


Rodolfo Wrolli – 11/8/2014

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