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Criada aliança em defesa dos bancos públicos

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Encontro em Buenos, Aires promovido pela UNI Américas Finanças, lança rede de trabalhadores em defesa dessas instituições financeiras na América Latina
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São Paulo – Representantes de sindicatos de países como Brasil, Argentina, Peru, Uruguai, Costa Rica, Paraguai e Chile, que compõem a UNI Américas Finanças, criaram a Aliança Latino-Americana em Defesa dos Bancos Públicos, em encontro realizado em Buenos Aires nos dias 25 e 26 de novembro.

A iniciativa visa defender bancos públicos e debater a centralidade de seu papel no crescimento sustentável da América Latina, com atuação de fomento e desenvolvimento social, bem como nos processos de integração regional. Segundo documento aprovado, a Aliança se propõe a “defender os trabalhadores destes bancos e os interesses das sociedades rumo a um marco de desenvolvimento social justo e igualitário”.

Cada país participante expôs a situação dos seus bancos públicos. No Peru, por exemplo, uma onda de privatização ameaça o Banco de la Nación, motivo de moção de repúdio aprovada durante o encontro.

Resoluções – A realização de uma jornada internacional para divulgação da Aliança, com o objetivo de envolver o máximo de trabalhadores desses países, é uma das propostas da Aliança. Além disso, seminários e oficinas abordarão as especificidades dos bancos públicos da região. A ideia é compor eventos tripartites com representação de sindicatos, movimentos sociais e populares e dos próprios bancos públicos.

A Aliança vai procurar, ainda, reivindicar mais participação dos trabalhadores na União de Nações Sul Americanas (Unasul), composta pelos doze países da região, e no Banco do Sul, seu banco de fomento, informa Mário Raia, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.

Papel econômico e social – O diretor executivo do Sindicato Dionísio Reis Siqueira, é funcionário da Caixa, e participou do encontro com outros 30 dirigentes América Latina. Para ele foi “muito importante” ter relatado a experiência do Brasil no enfrentamento da crise internacional em 2008.

“Depois do aperto de 2008, foram os bancos públicos que mantiveram a maior oferta de crédito no nosso país. Isso foi determinante para manter a economia girando, impedindo que caíssemos na armadilha da crise”, afirma Dionísio.

“A Itália, por exemplo, está penando por não ter banco público. Eles estão com mais de 50% de desemprego entre jovens de 18 a 30 anos, sofrendo com a deflação e crise no consumo, tendo de obedecer às medidas de austeridade da União Europeia. Na América Latina, a maioria dos países tem banco público. Se você não tem instrumento indutor do desenvolvimento, como os bancos públicos, acaba pagando com desemprego e depressão”, explica Dionísio, destacando que o Consenso de Washington impunha, nos anos 1990, o Estado mínimo, com privatização dessas instituições, deixando a sociedade à mercê do mercado.

Já o diretor do Sindicato Claudio Luis de Souza, que é integrante da Comissão de Empresa do Banco do Brasil, lembrou que os bancos públicos não podem simplesmente copiar e implantar mecanicamente o modelo de gestão dos bancos privados que possuem como objetivo final a obtenção do maior lucro possível e utilizam como instrumentos de gestão o assédio moral, a terceirização. “O papel do banco público é, em primeiro lugar, social”, resume.


Mariana Castro Alves – 27/11/2014

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