Pular para o conteúdo principal

Entidades sindicais exigem Caixa 100% pública

Linha fina
Representações começam reação cobrando audiência para esclarecimentos sobre intenção do governo de abrir capital do banco
Imagem Destaque

São Paulo – Em reação aos rumores de que o governo federal pretende abrir o capital da Caixa, entidades que representam os bancários e centrais sindicais de diversas correntes partidárias – dentre elas a CUT – começaram uma mobilização. Enviaram ofício, no dia 23, solicitando audiência com o governo federal para o início de janeiro, cobrando mais esclarecimentos.

> Leia a íntegra do ofício enviado

“Os mais de 100 mil empregados da Caixa Econômica Federal estão apreensivos. Não apenas a categoria, mas toda a sociedade foi surpreendida, sobretudo porque vossa excelência se comprometeu, na carta aberta aos trabalhadores dos bancos públicos federais (...), a fortalecer essas instituições”, diz trecho do ofício.

O documento foi assinado pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) – ambas representando os empregados da Caixa –, junto com as centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical e CSP-Conlutas.

“Vamos cobrar esclarecimentos sobre a intenção do governo federal em novamente colocar essa questão na pauta, até porque o banco vai muito bem nas mãos do Estado, cumprindo sua função social, obtendo lucro e desempenhando um papel fundamental para amenizar os efeitos das crises internacionais dos últimos seis anos no país, portanto não há sentido em alterar essa política”, afirma o diretor executivo do Sindicato Dionísio Reis.

Os números atestam a importância da gestão social adotada pela Caixa. Entre 2008 e 2013, a carteira de crédito aumentou 517% (de R$ 80,1 bi para R$ 494,2 bi), o lucro líquido subiu 72% (de R$ 3,9 bi para R$ 6,7 bi), as agências saltaram de 2.074 para 3.288.

Os programas de transferência de renda pagos pela Caixa distribuíram cerca de R$ 26,5 bilhões em 2013, totalizando 181,2 milhões de benefícios pagos. Somente o Bolsa Família, que completou dez anos de existência em 2013, pagou cerca de 159,7 milhões de benefícios ou R$ 24 bilhões, alta de 18,2% em relação aos valores pagos em 2012. Em relação aos programas voltados ao trabalhador, foram pagos, no ano, 169 milhões de benefícios.

“A vontade do mercado de adquirir ações da Caixa não é de hoje. Ao longo da história, muitas vezes os empregados tiveram que se mobilizar para defender o banco 100% público e voltado para o desenvolvimento social, e desta vez não será diferente. Vamos cobrar com veemência explicações sobre essa intenção, até porque durante a campanha a presidenta se comprometeu a defender as instituições públicas”, reforça Dionísio.


Rodolfo Wrolli – 26/12/2014
 

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1