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São Paulo – O último dia de 2014 foi um pesadelo para uma gerente do Itaú que foi rendida, ao sair de casa para trabalhar, por criminosos que colocaram em seu corpo supostos explosivos, obrigando-a a entrar em sua agência, em Moema, e retirar dinheiro do cofre, na manhã de quarta 31.
A trabalhadora saía de casa em seu carro, por volta das 8h, quando foi rendida por ao menos dois criminosos. De acordo com o relato da funcionária à polícia, ela foi levada para uma favela, onde os bandidos colocaram em suas costas o artefato, ameaçando explodi-lo e dizendo também ter feito seu filho refém.
Observada pelos criminosos, a gerente foi obrigada a abrir a agência e a retirar dinheiro do cofre, entregando a quantia fora da agência. Os indivíduos teriam fugido a pé.
Equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi acionada. Segundo delegado do 96° DP, João Carlos Hueb, o artefato não era explosivo, "era apenas um simulacro”.
Trauma – A trabalhadora está afastada e, na sexta 2, a agência ficou fechada ao público. “Ela está muito traumatizada e, segundo consta, está sendo acompanhada por assistente social do banco. Mas, de qualquer maneira, entramos em contato com a área de Relações Sindicais do Itaú para cobrar providências que resguardem a trabalhadora e seus familiares”, afirma o diretor executivo do Sindicato Carlos Damarindo.
“Somos radicalmente contrários que o responsável pelo segredo do cofre seja o gerente da agência. Uma reivindicação histórica é que isso fique sob responsabilidade de uma empresa especializada e não com o bancário”, pontua o dirigente, que também critica a abordagem feita em noticiários.
“Houve a exposição da funcionária na televisão de forma irresponsável. Não houve preocupação com a trabalhadora. Só se preocuparam com o artefato, sem se perguntarem quais reflexos para a vida da trabalhadora. Queremos ver qual postura o Itaú vai tomar agora no sentido de garantir sua segurança e de sua família, já que o incidente deixa marcas para sempre”, afirma Carlos Damarindo.
Multas - De acordo com levantamento do Dieese, o Itaú passou do terceiro para o segundo lugar no ranking de multas aplicadas aos bancos por problemas de segurança, entre 2013 e 2014. Em 2013, o Itaú teve que pagar R$ 4,173 milhões em multas aplicadas pela Polícia Federal, ficando atrás apenas do Banco do Brasil e do Bradesco. Em 2014, o banco subiu uma posição ficando com a medalha de prata, ao receber multas que totalizaram R$ 4,585 milhões por irregularidades em quesitos de segurança.
“Os bancos não investem como deveriam em segurança. Faltam vigilantes, portas giratórias, o transporte de valores é feito ilegalmente por bancários, há inauguração de agências sem plano de segurança e muitas outras questões. O bancário vai trabalhar com medo. É preciso mudar essa realidade”, afirma Damarindo.
O dirigente é um dos representantes do Sindicato na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), que trata de problemas relativos ao tema. A CCASP também é integrada pela Febraban, representantes do governo e entidades de vigilantes e empresários.
Os cinco maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander) lucraram R$ 28,3 bilhões no primeiro semestre de 2014, enquanto as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,4 bilhões, uma média de somente 8,6% em relação aos lucros, segundo levantamento do Dieese.
Mariana Castro Alves – 2/1/2014
A trabalhadora saía de casa em seu carro, por volta das 8h, quando foi rendida por ao menos dois criminosos. De acordo com o relato da funcionária à polícia, ela foi levada para uma favela, onde os bandidos colocaram em suas costas o artefato, ameaçando explodi-lo e dizendo também ter feito seu filho refém.
Observada pelos criminosos, a gerente foi obrigada a abrir a agência e a retirar dinheiro do cofre, entregando a quantia fora da agência. Os indivíduos teriam fugido a pé.
Equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi acionada. Segundo delegado do 96° DP, João Carlos Hueb, o artefato não era explosivo, "era apenas um simulacro”.
Trauma – A trabalhadora está afastada e, na sexta 2, a agência ficou fechada ao público. “Ela está muito traumatizada e, segundo consta, está sendo acompanhada por assistente social do banco. Mas, de qualquer maneira, entramos em contato com a área de Relações Sindicais do Itaú para cobrar providências que resguardem a trabalhadora e seus familiares”, afirma o diretor executivo do Sindicato Carlos Damarindo.
“Somos radicalmente contrários que o responsável pelo segredo do cofre seja o gerente da agência. Uma reivindicação histórica é que isso fique sob responsabilidade de uma empresa especializada e não com o bancário”, pontua o dirigente, que também critica a abordagem feita em noticiários.
“Houve a exposição da funcionária na televisão de forma irresponsável. Não houve preocupação com a trabalhadora. Só se preocuparam com o artefato, sem se perguntarem quais reflexos para a vida da trabalhadora. Queremos ver qual postura o Itaú vai tomar agora no sentido de garantir sua segurança e de sua família, já que o incidente deixa marcas para sempre”, afirma Carlos Damarindo.
Multas - De acordo com levantamento do Dieese, o Itaú passou do terceiro para o segundo lugar no ranking de multas aplicadas aos bancos por problemas de segurança, entre 2013 e 2014. Em 2013, o Itaú teve que pagar R$ 4,173 milhões em multas aplicadas pela Polícia Federal, ficando atrás apenas do Banco do Brasil e do Bradesco. Em 2014, o banco subiu uma posição ficando com a medalha de prata, ao receber multas que totalizaram R$ 4,585 milhões por irregularidades em quesitos de segurança.
“Os bancos não investem como deveriam em segurança. Faltam vigilantes, portas giratórias, o transporte de valores é feito ilegalmente por bancários, há inauguração de agências sem plano de segurança e muitas outras questões. O bancário vai trabalhar com medo. É preciso mudar essa realidade”, afirma Damarindo.
O dirigente é um dos representantes do Sindicato na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), que trata de problemas relativos ao tema. A CCASP também é integrada pela Febraban, representantes do governo e entidades de vigilantes e empresários.
Os cinco maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander) lucraram R$ 28,3 bilhões no primeiro semestre de 2014, enquanto as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,4 bilhões, uma média de somente 8,6% em relação aos lucros, segundo levantamento do Dieese.
Mariana Castro Alves – 2/1/2014