Escolhido para ser o novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, confirmou em entrevista que haverá abertura de capital das operações de Cartões, Loterias, Asset e Seguros no banco público, com objetivo de aproximar as subsidiárias do mercado. Em declaração dada à imprensa, Guimarães afirmou que a operação deverá render “dezenas de bilhões de reais” e deu a entender que o processo já estaria em andamento, já que, segundo ele, o próprio TCU já teria sido consultado, assim como demais órgãos reguladores.
Para Sérgio Takemoto, vice-presidente da Fenae, a iniciativa é prejudicial à Caixa Econômica Federal, assim como a toda a sociedade.
“É preciso ter em mente que a privatização é sinônimo de enfraquecimento da Caixa, e só vai trazer prejuízos a toda a população. A Caixa é importante gestora de programas sociais, de saneamento, financiamento habitacional e outros. Colocar o FGTS e demais verbas na mão da iniciativa privada é acabar de vez com o papel social do banco público, sem contar que afetará os empregados. O movimento sindical está atento às propostas apresentadas pelo presidente indicado e vai continuar firme na luta pela defesa da Caixa e das demais empresas públicas, como sempre esteve”, afirmou.
Na entrevista, Pedro Guimarães também ressalta a presença de militares em cargos de direção do banco. Para a represente dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano, foram desconsideradas regras legais e estatutárias que precisam ser cumpridas para tais nomeações.
“Fica claro o tamanho desafio que teremos nesse enfrentamento. Os empregados da Caixa precisam estar unidos e informar à sociedade sobre os riscos desse fatiamento da empresa. As mudanças poderão ser radicais e alterar toda a estrutura do banco, para a sociedade e para seus trabalhadores”, afirmou a conselheira.