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Chapéu
Desmonte

Aberto novo plano de demissões na Caixa

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Objetivo é cortar 2.964 postos de trabalho; Sindicato critica redução do valor pago aos empregados, prazo curto para adesão e avalia que medida, parte do desmonte da instituição, vai piorar condições de trabalho, aumentar sobrecarga, reduzir papel social e precarizar o atendimento á população
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Foto: Divulgação

São Paulo - O desmonte imposto pelo governo Temer na Caixa realmente não tem data para acabar. Após a notícia ser ventilada pela imprensa no final de janeiro, um novo plano de demissão no banco público, que agora se chama PDE (Plano de Desligamento do Empregado), foi aberto na quinta-feira 22 e o prazo para adesão já começa na sexta-feira 23 e vai até 5 de março. O limite máximo de adesões é de 2.964 empregados. 

Podem aderir ao PDE aposentados pelo INSS até a data do desligamento; aptos a se aposentarem até 31 de dezembro; empregados com 15 anos ou mais de banco; bancários que recebem adicional de incorporação de função até a data de desligamento. 

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“Mais um plano de demissão vai agravar ainda mais as já péssimas condições de trabalho na Caixa. Bancários, que já estão sobrecarregados, serão forçados mais uma vez até o limite das suas forças. Vai existir reposição dos que deixarem o banco? Além disso, a população também sofrerá com o atendimento cada vez mais precarizado e a redução do papel social da instituição. Nossa avaliação é que o governo Temer tem um plano de desmontar a Caixa, reduzindo a sua importância e jogando a população contra a instituição, justificando assim uma possível privatização”.  enfatiza o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico. 

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“Fora as nefastas consequências de mais um plano de demissões na Caixa, desfalcando ainda mais o quadro de empregados, esse plano que agora chamam de PDE desrespeita os trabalhadores em diversos aspectos. A começar pela mudança de nome, na qual retiraram a palavra `voluntário’ da sigla, o que passa uma mensagem intimidatória aos bancários aptos para a adesão. Desrespeita também, em especial, bancários que dedicaram uma boa parte das suas vidas ao banco. Além disso, o comunicado foi publicado no dia 22 e a adesão já começa no dia seguinte, sendo o prazo extremamente curto. O empregado mal tem tempo para refletir sobre a sua decisão. Outro ponto é a redução do valor pago. No último plano eram 10 salários, nesse são 9,8 [veja comparativo no final da matéria]”, acrescenta. 

O dirigente também questiona o que será feito das funções dos empregados comissionados que aderirem ao PDE. “Serão colocadas em aberto, para concorrência interna, ou serão extintas em mais uma estratégia de descomissionamento?”

O Sindicato, diante do lançamento abrupto do PDE, está estudando as medidas cabíveis para assegurar os direitos dos empregados e preservar as condições de trabalho com este novo ataque à Caixa. 

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“Orientamos os bancários aptos para adesão que não a façam sem refletir, apesar de o banco incentivar esse tipo de comportamento pela forma abrupta que lançou o PDE. Nos próximos dias iremos enviar ofício à direção da Caixa, em conjunto com outras entidades representativas, com todos os nossos questionamentos e críticas sobre esse novo plano. O Sindicato luta faz anos por mais empregados para a Caixa, mais Caixa para o Brasil. Inclusive, cobramos na Justiça a contratação de 2.000 trabalhadores desde quando tínhamos 101 mil empregados no banco. Infelizmente, o governo e a direção da Caixa insistem em seguir na direção contrária e promover esse verdadeiro desmonte. É o momento de união de todos os empregados, junto aos sindicatos, para continuarmos firmes na defesa de nossas conquistas de luta e mantermos a Caixa 100% pública. Só a luta te garante”, conclui Chico.

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