Pular para o conteúdo principal
Chapéu
REAJA!

Não há evidência de que reforma trabalhista criará empregos

Linha fina
Avaliação foi feita pelo diretor da Organização Internacional do Trabalho, Peter Poschen, em audiência conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais do Senado
Imagem Destaque
Foto: International Institute for Sustainable Development

São Paulo Em audiência conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais do Senado, ocorrida na quarta-feira 10, o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen, criticou o discurso do governo Temer e demais defensores da reforma trabalhista de que mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) vão aumentar a criação de empregos no país. Para ele, não há evidência concreta de que a reforma acarretará no aumento de vagas no mercado de trabalho.

"Sobre a compreensão dos impactos, essa afirmação de que a reforma vai gerar emprego tem pouca evidência”, afirmou Poshen, reforçando que a experiência internacional deixa claro que nem sempre mudanças na legislação trabalhista criam empregos e que o ciclo econômico costuma ter mais importância na criação de novos postos de trabalho. 

Para o diretor da OIT, o discurso da “modernização” da CLT, utilizado por Temer e sua base aliada no Congresso, é vago. "Concordo em modernizar, mas parece que o objetivo é bem vago.”

Poshen criticou ainda o fato de as reformas trabalhista e da Previdência serem tocadas ao mesmo tempo. "A reforma trabalhista dialoga com a reforma da Previdência. Se essa reforma trabalhista mudar o mercado de trabalho, a base de cálculo usada na reforma da Previdência talvez tenha de ser revista.”

Desmonte do Estado – Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, o objetivo do governo Temer com as reformas e o desmonte dos bancos públicos não é a geração de empregos ou a retomada econômica do país. “O governo propõe desmontar o Estado e liberar o orçamento para o mercado financeiro, além de criar mercado para os bancos, como no caso da previdência privada”, avalia. 

“As reformas da Previdência e trabalhista e a defesa dos bancos públicos dizem respeito a toda sociedade. Não podemos aceitar a retirada dos nossos direitos, com decisões autoritárias, que excluem até os trabalhadores de participarem das votações no Congresso. Precisamos nos mobilizar em defesa do nosso país”, conclui a dirigente.

Reaja – É preciso manter a pressão sobre os parlamentares para que eles votem contra as reformas da Previdência e trabalhista. A reforma da Previdência ainda está na Câmara, então mande e-mails para os deputados. A trabalhista já foi aprovada pelos deputados e agora está no Senado, então mande e-mail para os senadores. Nos dois casos, diga que se eles votarem a favor não serão reeleitos (confira os traidores dos trabalhadores).
 

seja socio