De acordo com o relatório anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o baixo crescimento da economia mundial, baixas taxas de juros e atividade relativamente menor de clientes prejudicaram a rentabilidade dos bancos internacionais. Apesar do momento de crise econômica e política no Brasil, o setor bancário do país é uma exceção neste cenário de resultados mais modestos de instituições financeiras ao redor do mundo.
Segundo o relatório divulgado domingo 25, o resultado líquido das maiores instituições financeiras brasileiras em 2016 foi de 1,99% do total de ativos do grupo que reúne três bancos, levando o setor brasileiro a liderança do ranking que analisa 16 países. O segundo colocado foi a Rússia (1,86%), seguida por Estados Unidos (1,36%), China (1,34%) e Austrália (1,17%).
“O setor bancário no Brasil é um dos mais lucrativos do mundo e o relatório anual do BIS é mais um dado que corrobora esse cenário. Mesmo com excelentes resultados, os bancos brasileiros continuam demitindo trabalhadores, precarizando o atendimento à população e praticando juros e tarifas abusivas. Tudo em nome de uma ânsia sem limites por lucros cada vez maiores”, critica a diretora do Sindicato Marta Soares.
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A dirigente lembra que o Centro de Realocação Profissional, conquista da Campanha Nacional 2016, está previsto na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e visa justamente evitar demissões. “É preciso que os bancos deem efetividade a essa ferramenta, uma conquista da categoria. Cobramos que as instituições respeitem seus funcionários, que garantem resultados tão positivos, e a CCT. Em todos os bancos existem áreas carentes de bancários. Portanto, ao invés de demitir, podem e deveam requalificar e realocar os trabalhadores.”
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Tarifas – O relatório do BIS aponta que o Brasil também foi campeão de lucros com taxas e tarifas na comparação com o total de ativos (1,86%), seguido por Suíça (1,40%) e Estados Unidos (1,15%).
Juros – As instituições financeiras brasileiras se destacam ainda quando analisados os ganhos com juros, ficando na vice-liderança, com uma relação de 3,22% de rentabilidade para o total de ativos, atrás somente da Rússia (4,44%) e seguido por Índia (2,56%), Estados Unidos (2,25%), Espanha (2,03%) e China (1,92%).