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#SantanderSábadoNão

Santander encerra projeto de trabalho aos sábados

Linha fina
Sem clientes e sob protestos do Sindicato, banco finalizou as atividades de "orientação financeira" mais cedo no último fim de semana e anunciou fim do projeto
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Foto: Seeb-SP

Os trabalhadores tiveram mais uma vitória no último sábado 8. O banco abriu duas agências em São Paulo no fim de semana – uma no Shopping Eldorado e outra no Shopping Jardim Sul –, mas, face ao protesto realizado pelo Sindicato e à ausência de clientes interessados na “orientação financeira”, as atividades foram logo encerradas.

Os dirigentes sindicais estiveram nos dois locais com cartazes denunciando as práticas abusivas do Santander. O banco vem abrindo agências aos sábados para bancários trabalharem de graça oferecendo consultoria para clientes e não clientes. Agora, o Santander informou que irá encerrar o projeto em breve.

O Sindicato protestou durante todos os sábados que o banco forçou a abertura das agências.

“A abertura aos sábados é uma violação à CCT e à legislação trabalhista”, declara a dirigente sindical Ana Marta Lima, se referindo à cláusula 8ª do acordo coletivo; ao artigo 224 da CLT e a lei 4.178 de 1962 – esta, por sua vez, é clara ao determinar que estabelecimentos de crédito não funcionarão aos sábados, em expediente interno ou externo. “Sem contar que trabalho voluntário deve ser feito em alguma instituição que vise o bem estar social, e não em um banco, que tem como objetivo exclusivo o lucro”, completa.

O Santander encerrou as aberturas de agências bancárias de rua aos sábados, mas havia continuado com a intenção de manter o projeto funcionando em unidades de shoppings, como aconteceu no último fim de semana. “O Sindicato comemora a decisão de encerrar este projeto de trabalho aos sábados, pois é um desrespeito aos trabalhadores”, completou Ana Marta.

‘Educação financeira’ é respeitar o cliente

Ana Marta frisa, também, que se o Santander deseja contribuir para melhor administração do orçamento de seus clientes, pode começar reduzindo taxas e tarifas. Para se ter uma ideia, a receita do banco cresceu 96,11% em sete anos, apesar de a inflação no mesmo período ter sido de 53,84%. O Idec comparou 20 tarifas nos cinco maiores bancos (Santander, Itaú, Bradesco, Caixa e BB), e o Santander foi o campeão em quantidade de tarifas mais caras: o banco espanhol cobra mais que os demais por 12 delas.

“Então, em vez de convocar seus empregados para trabalhar sábado como ‘voluntários’, o banco poderia rever os valores que cobra dos seus clientes, já que tem algumas tarifas e taxas mais altas do mercado”, disse.

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