São Paulo – Trabalhadores de assistência social do município de São Paulo realizaram um protesto na Praça Antônio Prado contra o desmonte do setor. A manifestação, na segunda-feira 31, foi motivada pela portaria 41/SMADS/2017, publicada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que prevê a reestruturação dos serviços e causará demissões de trabalhadores.
Manifestantes carregavam cartazes com os dizeres “Fora Sabará”, contra o secretário da pasta, Felipe Sabará, e “Suas Resiste”, em relação ao Sistema Único de Assistência Social. Segundo Alex, um dos trabalhadores participantes, a portaria reduz cerca de 400 funcionários do quadro, repassando as abordagens apenas para o período noturno. Ele explica que tais atividades visam encaminhar os assistidos a centros de acolhidas, sendo que essa não é a única atribuição dos profissionais da área.
“O serviço fica totalmente sucateado, deixando a população de rua ainda mais vulnerável. Se não tem um devido acompanhamento, só levar para os centros de acolhida não adianta”, explicou o profissional do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas).
A manifestação reuniu profissionais, ativistas de direitos humanos e pessoas atendidas pelo serviço da prefeitura. O artista plástico Carmo Luis de Menezes, de 49 anos, mora há 10 anos nas ruas. Ele criticou o desmonte da rede de assistência social.
“Isso que o Doria e o Sabará estão fazendo vai afetar tudo. Eles baixaram uma portaria para tirar [os trabalhadores da assistência social]. Já deu uma volta em São Paulo? Onde não tinha morador de rua agora tá virando favela”, disse. “Eu tive que entrar na Defensoria Pública para conseguir uma cirurgia e só consegui com a ajuda do pessoal da assistência social. É graças a eles que eu estou levantando”, lembra.