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Chapéu
Acidente de trabalho

Santander dificulta ao máximo a emissão da CAT

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Trabalhadores adoentados ou acidentados do Santander têm dificuldades para a emissão da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), documento fundamental para o pagamento de benefícios previdenciários e pedidos de indenização por parte do trabalhador.

“O Santander sempre impôs vários obstáculos aos trabalhadores, tentando de toda maneira dificultar a emissão da CAT e a notificação do acidente às autoridades competentes. A última novidade são as várias etapas e travas que o sistema do RH impõe aos trabalhadores afastados. Quem não consegue cadastrar a tempo o atestado no sistema fica com faltas, mesmo que comunique o gestor, e o RH cria obstáculos para fazer a correção”, diz Ana Marta, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Santander.

> Santander faz da vida dos trabalhadores afastados um inferno

Ela explica que a solicitação para análise da relação do acidente ou doença decorrente do trabalho deve ser feita no momento do cadastro do atestado, selecionando a opção “atestado relacionado ao trabalho”. O problema é que nem todo trabalhador, no momento que encaminha o atestado ao banco, tem conhecimento e esclarecimento suficiente para fazer a opção correta. E se neste momento ele não optar pela emissão da CAT, não terá mais oportunidade de solicitar análise para RH.

Acidente típico e de trajeto

“Outro absurdo é que o RH só investigará e analisará para fins previdenciários os casos de acidentes de trabalho (típico e trajeto) que forem informados ao banco até o 1º dia útil seguinte à data da ocorrência. E não emite a CAT relativa a acidente de trajeto e típico se ela não for solicitada no prazo de 24h após o acidente, alegando os artigos 21 e 22 da Lei 8.213. Já acompanhamos caso que o pedido de CAT relativa a acidente de trajeto foi negado porque o trabalhador não o fez no momento do encaminhamento do atestado. Mesmo quando o atestado, por problemas de acesso no App foi encaminhado ao gestor por e-mail”, relata a dirigente.

O Sindicato também recebeu a informação de que o RH só analisará os pedidos de abertura de CAT quando o médico assistente solicitar a emissão.

E para emitir a CAT, além de ter de requerer a solicitação no momento da entrega do atestado, o trabalhador tem de responder a um questionário em link que receberá em seu e-mail, e que fica disponível somente por 24 horas para preenchimento. Depois disso, o trabalhador não tem mais acesso.

Apenas se o trabalhador conseguir superar todos esses obstáculos, o RH analisará o pedido de abertura de CAT, mas a dirigente lembra que para a grande maioria dos casos, o Santander nega a emissão.

“Nossa orientação para os bancários é que diante de qualquer dificuldade de acessar o sistema do banco e App, o trabalhador deve comunicar imediatamente o seu gestor, por WhatsApp ou e-mail. E ele deve guardar esse comunicado, pois será a prova de que ele informou o banco do afastamento ou pedido de emissão de CA”, orienta Ana Marta.

Problemas também com o exame de retorno

Vários trabalhadores têm procurado o Sindicato informando que estão sendo convocados para realizar exame de retorno antes da decisão da perícia do INSS e antes do término do prazo de afastamento previsto no atestado médico.

A representação dos trabalhadores enviou carta ao banco em que destaca que tanto este procedimento quanto a não emissão de CAT é ilegal. “O Sindicato está reiterando ao banco, por carta, que isso é desrespeito à legislação. Os trabalhadores afastados que não conseguirem a emissão da CAT ou forem convocados indevidamente para o exame de retorno devem procurar a entidade”, recomenda a dirigente.

RH não escuta os trabalhadores

Ana Marta destaca ainda que, o atendimento transferido para o App Santander Pessoas trouxe agilidade em algumas situações e entraves em outras. “O banco disponibilizou o App mas, com todas as travas impostas, isso ao invés de facilitar a vida dos trabalhadores, tem dificultado, principalmente para os afastados. Não somos contra o uso da tecnologia, mas o RH também precisa criar um sistema mais amigável, onde se possa fazer correções e disponibilizar canal direto e presencial com os funcionários. Precisa ouví-los”, critica a dirigente.

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