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Direção do SantanderPrevi autuada por má gestão

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Superintendência Nacional de Previdência Complementar toma medida após dois anos da denúncia e várias cobranças do Sindicato, Afubesp e participantes
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São Paulo - Os administradores do Fundo SantanderPrevi (sucessor do Holandaprev, do antigo banco Real) foram autuados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) por prejuízos de cerca de R$ 53 milhões causados a participantes do plano que, em 2013, optaram pelo chamado Perfil Moderado. O SantanderPrevi é gerido exclusivamente pelo Santander.

A denúncia à Previc foi elaborada pelos participantes do plano, apoiados pela Sindicato, Afubesp (Associação dos Funcionários do Santander), Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e Anapar (Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão), além dos ministérios públicos de São Paulo e Santa Catarina.

“Há muitos anos reivindicamos eleição para que os assistidos tenham representantes na gestão do fundo de pensão, o que é essencial para que os participantes sejam prevenidos de investimentos de risco e tenham ciência sobre a real situação das contas da entidade”, afirma o diretor do Sindicato Ramilton Marcolino, acrescentado que o processo eleitoral feito unilateralmente pelo Santander em 2011, para os Conselhos Deliberativo e Fiscal, foi anulado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo devido à série de irregularidades.

“Esse episódio mostra a urgência de medidas que garantam a transparência e a democracia no SantanderPrevi. Além disso, o banco, único responsável pela gestão do fundo, tem de ressarcir os prejuízos das pessoas.”

Entenda o caso – Segundo a Anapar, desde 2013 participantes do SantanderPrevi denunciam prejuízos sofridos com operação de compra e venda de títulos públicos federais indexados ao IMA-B (Índice de Mercado Anbima-B), que representa carteira de títulos públicos NTN-B, com remuneração de IPCA mais taxa de juros real definida no seu lançamento. Segundo levantamento feito à época, os prejuízos financeiros alcançaram R$ 52 milhões.

O caso foi levado à Previc que só agora se pronunciou.

“Esse episódio também escancara o risco do projeto de lei sobre os fundos de pensão (PLP 268) que substitui representantes dos trabalhadores por ‘especialistas do mercado’ na gestão dessas entidades. Ter participantes eleitos é essencial para zelar por uma boa administração. Afinal não podemos titubear quando se trata do futuro de nossa aposentadoria”, complementa Ramilton.


Redação, com informações da Afubesp – 24/8/2016
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