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Economista 'do ano' sai em defesa dos bancos públicos

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Personalidade Econômica de 2016 e doutor pela Unicamp, Antônio Correia de Lacerda defende que papel de Caixa, Banco do Brasil, BNDES, dentre outros, é crucial para que um país possa se desenvolver
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Foto: Arquivo

Belo Horizonte - Sem os bancos públicos, dadas as condições do Brasil, não será possível atingir o desenvolvimento. A afirmativa é Antônio Correia de Lacerda, considerada a Personalidade Econômica do Ano de 2016 durante o 22º Congresso Brasileiro de Economia, realizado entre quarta 6 e sexta 8, em Belo Horizonte. Como se fosse pouco, também é doutor pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

> Cartilha “Em Defesa dos Bancos Públicos – Verdades e Mentiras”

O congresso contou com a participação de mais de 1,5 mil pessoas, incluindo diversos renomados economistas brasileiros e também convidados internacionais. Trata-se de um dos maiores eventos de economia do país.

Lacerda considera que o papel dos bancos públicos é crucial para que um país possa se desenvolver e dar suporte ao crescimento de seu setor industrial. "Não podemos ficar ao sabor das circunstâncias. Precisamos de uma política industrial que envolva política comercial e política de ciência, tecnologia e inovação", disse Lacerda.

Os bancos públicos atuam no fomento da indústria nacional, no desenvolvimento regional e no apoio a atividades nas quais grupos privados manifestam pouco interesse ou cuja rentabilidade ainda não é suficiente para que se desenvolvam. Para tanto, são feitos financiamentos e empréstimos, tanto de curto como de longo prazo, em condições mais favoráveis do que as oferecidas pelo mercado.

> Atos reforçam que vida de todos piora sem bancos públicos

Como outros colegas economistas, Lacerda manifestou preocupação com a substituição, defendida pelo governo Temer, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de Longo Prazo (TLP) nas operações de crédito feitas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Medida Provisória 777/2017, que instituiu a nova taxa, foi aprovada na terça-feira 5 pelo Senado e segue agora para sanção presidencial.

"O J [letra jota] faz toda diferença. Uma [taxa] é política pública, definida pelo Conselho Monetário Nacional e, portanto, oferece juros compatíveis com a rentabilidade esperada dos projetos. E a outra é a taxa de mercado que, dadas as condições brasileiras, vai inviabilizar a única fonte de financiamento de longo prazo", afirmou Lacerda.

A TLP é composta pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pela taxa de juros prefixada das Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) vigente no momento da contratação do financiamento. Por outro lado, a TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional após avaliar alguns índices econômicos.

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