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Chapéu
Terceirização, não!

Ato do Sindicato denuncia ganância sem limites do banco Sumitomo

Linha fina
Em reunião da Amcham, Gustavo Salgado, representando a divisão brasileira do banco japonês, reclamou de "quarentena" para contratar demitidos como terceirizados, que recebem salários menores e não possuem direitos da categoria bancária
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Mesmo após Temer promover a maior retirada de direitos trabalhistas da história, representantes de empresas globais afirmaram que esperavam facilidades ainda maiores para terceirizar e reduzir salários com a reforma trabalhista. Foi na última semana, durante reunião da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham). Dentre esses empresários, Gustavo Salgado, do banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, reclamou do período mínimo de um ano e meio para contratar como terceirizado um trabalhador demitido, pagando salários menores e sem os direitos assegurados pela Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários.

> Para investidores, retirada dos seus direitos deveria ser ainda maior

Para denunciar a ganância sem limites do banco japonês, o Sindicato realizou protesto, na sexta-feira 6, em frente à sede da instituição na capital paulista.

“Estamos aqui protestando contra tamanha ganância dos banqueiros, explicitada na declaração do representante do Sumitomo Mitsui Brasileiro. A sua fala, assim como de outros representantes de empresas globais presentes na reunião da Amcham, mostra claramente o que falamos todos os dias. Que essa reforma foi encomendada pelos banqueiros e empresários para desmontar as leis trabalhistas, reduzir o poder de pressão dos sindicatos e acabar com políticas sociais. Tudo visando seus lucros. Sem qualquer visão social, cidadã, de como vai ficar o país, o desenvolvimento, a geração de empregos e a proteção ao trabalho”, criticou a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.

> Baixe a íntegra da cartilha que explica tudo que você vai perder com a reforma trabalhista

Anticapitalistas! – Outro ponto criticado pelas empresas globais na reunião da Amcham foi o fato de que reduções de salários permanecem ilegais. “Então quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários? Isso é a coisa mais anticapitalista que existe”, bradou Terry Boyland, representante da CPQI, empresa que fornece tecnologia para bancos na América Latina.

Elogios – Mesmo com as críticas, a reforma trabalhista ainda foi bastante elogiada pelos representantes do mercado presentes na reunião da Amcham, realizada em Nova Iorque. Entre os pontos mais celebrados, a possibilidade de que acordos diretos entre patrões e empregados se sobreponham à legislação e a exigência de que o trabalhador arque com custos processuais em caso de derrota em ação judicial contra a empresa.

Carta aberta e abaixo-assinado – Durante o protesto, além de distribuir carta aberta à população e dialogar com os bancários do Sumitomo para denunciar a postura gananciosa de banqueiros e empresários, o Sindicato recolheu assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe a revogação da Reforma Trabalhista. Capitaneada pela CUT, a proposta precisa de 1,3 milhão de assinaturas para ser analisado pelo Congresso.

> Saiba como ajudar a anular a reforma trabalhista 

“É muito importante que os bancários contribuam com o abaixo-assinado. Não só assinando, mas também buscando apoio nas agências e departamentos, igrejas, escolas e outros locais. São nossos direitos que estão em jogo. Só a luta te garante”, conclama a secretária-geral do Sindicato.

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