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Chapéu
Porto Alegre

Frente em defesa dos bancos públicos é lançada no RS

Linha fina
Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Público é derivação estadual de frente nacional lançada no início de julho
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Foto: SindBancários

São Paulo - Sob a ameaça concreta de desmonte e privatização de bancos públicos federais e estaduais, foi lançada na segunda-feira 9, em Porto Alegre, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Público. O coletivo é derivação estadual de frente nacional lançada no início de julho.

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Antes do lançamento, de acordo com matéria do SindBancários, os bancários fizeram concentração em frente a DG do Banrisul, no Centro de Porto Alegre. “A ideia foi conscientizar os colegas do banco e a população do risco que o Banrisul está correndo”, afirmou Everton Gimenis, presidente do sindicato dos bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários). “Se o Banrisul perder seu caráter público, quem perde são os gaúchos e gaúchas e muitas cidades, que dependem do banco público para alavancar sua economia”.

Após a concentração em frente ao Banrisul, foi realizada uma caminhada até a sede da Fetrafi/RS (Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras), onde, no fim da tarde, ocorreu o lançamento da frente.

O evento lotou o auditório e registrou a participação de representantes do SindBancários, Fetrafi, centrais sindicais, entidades de funcionários do Banrisul, Badesul, BRDE e parlamentares. “O principal objetivo desta Frente, criada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é conscientizar a sociedade do desmonte que vem acontecendo nos bancos públicos e sobre as mentiras do governo Temer e da administração de José Ivo Sartori aqui no RS”, afirmou o deputado federal Zé Carlos (PT-MA), presidente da frente nacional.

Representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, a bancária Rita Serrano reforçou a importância do papel social do banco. “Este governo privatista quer transformar a Caixa numa S.A., um banco voltado para o mercado”, denunciou a sindicalista.

Estratégias de luta - Os participantes definiram como estratégia da luta a divulgação da importância fundamental dos bancos públicos como indutores do desenvolvimento e do bem estar da população, além da continuidade da denúncia do projeto de desmonte dos ativos públicos pelos governos Temer e Satori, governador do Rio Grande do Sul, e a necessidade de engajar funcionários e opinião pública para aumentar a pressão sobre os parlamentares.

Secretário confessa - O secretário de Planejamento, Governança e Gestão do governo Sartori, Carlos Búrigo, afirmou na quinta 5, em entrevista ao Programa Atualidade da Rádio Gaúcha, que venda de ações abrirá espaço para dois integrantes "do mercado".

“A venda dessas ações, mantendo o controle do Estado, vai valorizar ainda mais o banco, porque terão assento no Conselho (de Administração) mais duas pessoas que virão do mercado e com expertise para fazer o Banco do Estado do Rio Grande do Sul cada vez mais voltado para o Estado do Rio Grande do Sul”, afirmou Búrigo, segundo matéria do SindBancários/RS.

Sendo assim, cabe perguntar: qual, ou quais, será o banco que mandará executivos a se meterem nas decisões do Banrisul? Lembramos que o Bradesco chegou a enviar executiva, em junho passado, à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para avaliar condições de privatização.

Santander e Itaú correm junto. O primeiro teve recepção no Palácio Piratini pelo governador em outubro de 2015, quando da intenção de venda da Banrisul Administradora de Cartões e Banrisul Seguros. Já o Itaú tem como histórico participar diretamente do processo de reestruturação do Banco do Brasil, como denunciaram os bancários do Rio. 

Everton Gimenis reforçou o alerta aos Banrisulenses. “Desde 2015, estamos avisando que o Sartori assumiu para entregar o patrimônio público. Depois da aprovação do Regime Fiscal pelo Congresso, isso ficou ainda mais claro. Agora, ficamos sabendo pelo secretário que o Conselho de Administração do Banrisul terá executivos do mercado. Além de desmontar o Banrisul com fechamento de agências, agora eles já estão entregando as principais decisões para bancos privados ou agentes financeiros a serviço do mercado. O Conbselho começa a ficar refém de executivos que não têm nenhum compromisso com os gaúchos e nem com o desenvolvimento do Estado. A privatização do Banrisul avança. Eles estão fazendo aos poucos. Fecha agência aqui e ali e agora bota gente do mercado para mandar no banco. Só com mobilização e participação vamos conseguir impedir essa vergonha”.

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