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Sindicato e Apcef/SP exigem suspensão imediata do contrato com a Verocard

Linha fina
Problemas com a empresa foram enfatizados em reunião com a Superintendência Regional Institucional São Paulo; entidades enviarão ofício à direção do banco cobrando rompimento do contrato
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Montagem: Linton Publio

Prestes a completar três meses de crédito com a bandeira Verocard, os empregados da Caixa continuam sem conseguir utilizar seus cartões refeição e alimentação em muitos estabelecimentos. As restrições são ainda maiores na variante refeição, e alguns bancários relatam que já desistiram de utilizá-lo. 

Diante do problema, o Sindicato e a Apcef/SP cobraram novamente a Caixa. Desta vez, em reunião com a Superintendência Regional Institucional São Paulo, nesta sexta-feira 16, os representantes dos trabalhadores exigiram a suspensão imediata do contrato com a Verocard.

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Em reunião passada, a direção da empresa comparou o descontentamento dos empregados com a troca anterior de bandeira para a Alelo.

“A diferença é que a Alelo era uma empresa nova, que em poucos meses ganhou mercado. A Verocard existe há 16 anos e é nítido que se em todos este tempo não cresceu, não é por causa do contrato com a Caixa que passará a ser aceita em mais estabelecimentos”, afirma a dirigente sindical e bancária da Caixa Tamara Siqueira.  

Desrespeito com os empregados e descaso com a vida

A licitação da Caixa foi iniciada exatamente no mesmo dia em que a pandemia foi decretada no Brasil: 11 de março.  Durante o processo, uma empresa concorrente à Verocard chegou mencionar a questão da pandemia como fator dificultador para o cumprimento do número de estabelecimentos credenciados exigido pelo edital. 

Inacreditavelmente, a Verocard respondeu que não tinha dificuldade nenhuma com relação a este ponto, mesmo com a pandemia. Outra empresa de renome e grande aceitação no mercado também entrou com recurso na licitação, inclusive oferecendo a taxa mínima necessária para poder contratar.  

“Todos os empregados do grupo de risco para a covid-19 estão em home office, e a Caixa alega que preserva suas vidas, mas eles estes trabalhadores estão no dilema de sair de casa pra poder comprar comida e correr o risco de pegar o vírus, ou deixar o saldo acumular e ter que pagar seus gastos com o salário porque a Verocard não é aceita em nenhum aplicativo de entrega e nenhum estabelecimento on-line”, ressalta Tamara. 

Além disso, até o começo de outubro, seus cartões sequer tinham tecnologia para pagamentos via aplicativo. A Verocard alega que as empresas não estão abrindo espaço pra negociar, e não há nenhum prazo pra atender essa demanda tão urgente nessa conjuntura.

Reclamações

Se por um lado o número de credenciados não sobe substancialmente, as reclamações dos bancários são fartas.  O Sindicato abriu canal para os empregados denunciarem: recebeu mais de 250 relatos. Em uma consulta rápida no site Reclame Aqui, também é possível identificar muitos empregados da Caixa recebendo respostas padronizadas e evasivas. 

Os principais problemas apontados pelos bancários envolvem estabelecimentos que constam como credenciados mas que, de fato, não aceitam a bandeira – alguns, inclusive, verificados pelo Sindicato; indicações feitas em que a Verocard não faz contato e/ou não dá nenhum retorno; e estabelecimentos que não se credenciam porque a taxa cobrada pela Verocard é muito maior que a dos outros cartões. Além disso, é comum as respostas da empresa serem em tom não muito profissional. 

“Diante da comprovação de que a Vercocard não tem condições de atender os empregados da Caixa, o Sindicato encaminhará ofício a Vipes (Vice-presidência de Pessoas) e Geber (área da matriz responsável pela gestão dos vales alimentação e refeição) exigindo a suspensão do contrato. Em caso de recusa, o ofício também irá cobrar o motivo para a continuação do contrato com a empresa”, afirma Tamara. 

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