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Chapéu
#DerrubaReforma

Bancários na luta contra retirada de direitos

Linha fina
Dezenas de locais de trabalho pararam contra o desmonte trabalhista, a reforma da Previdência e o trabalho escravo; as 10h, um grande ato reuniu milhares de trabalhadores na Praça da Sé
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Os bancários não arredam pé da luta contra a retirada de direitos. Desde as primeiros horas de sexta-feira 10, dezenas de locais de trabalho em São Paulo, Osasco e região pararam contra o desmonte trabalhista, o fim da aposentadoria com a reforma da Previdência de Temer, a volta do trabalho escravo. Foi dia nacional de luta contra a retirada de direitos, em especial contra a reforma da Previdência, em tramitação no Congresso, e pela revogação da reforma trabalhista, que entrará em vigor no sábado, 11 de novembro.

Concentrações bancárias como o Vila Santander, o CA Brigadeiro do Itaú, a Nova Central, o Telebanco Santa Cecília e o Bradesco Prime da Paulista estão fechadas. A Caixa do Largo da Concórdia e o Complexo CSI-Imobiliário do Banco do Brasil tiveram a abertura retardada e os trabalhadores participaram da luta, assim como dezenas de agências nos centro novo e velho de São Paulo e na região da Paulista.

A partir das 10h desta sexta-feira 10, os bancários se somaram a outras categorias profissionais em um grande ato convocado pela CUT e pelas demais centrais, na Praça da Sé, marco zero da capital paulista.

  Neiva fala a bancários da Nova Central                   

"Se havia alguma dúvida de que esse golpe foi contra os trabalhadores, essa dúvida deve ter acabado de vez. A partir do sábado 11, os direitos trabalhistas podem ser dizimados", afirma a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro. "Quando foi eleito, em 2014, o pior Congresso Nacional da nossa história, com deputados e senadores na sua maioria representantes dos mais ricos, nós avisamos. Quando houve o golpe, nós avisamos. Agora estamos avisando: os trabalhadores precisam estar próximos de seus sindicatos e da luta por seus direitos, para resistir contra esse desmonte todo das conquistas que levamos décadas para alcançar. Tem muita luta pela frente. Os juízes do Trabalho não concordam com essa retirada de direitos. Nós entregamos um termo de compromisso aos bancos cobrando respeito à nossa cct. E tem a luta em defesa dos bancos públicos e da aposentadoria. Só juntos, trabalhadores e sindicatos, teremos  capacidade de resistir", reforça a dirigente, convocando todos os bancários a participar. "Nesse momento de resistência é importantíssimo todos os trabalhadores se sindicalizarem pra fortalecer mais nosso Sindicato. Vamos ser vitoriosos, mas vamos precisar de todo mundo pra fazer frente ao desmonte e fazer a resistência ao que vem por aí. Sindicalizar é o primeiro passo." 

A partir de sábado – As mudanças previstas na reforma trabalhista passarão a valer no sábado. Em todo o Brasil, estão acontecendo protestos e paralisações em reação à lei 13.467, que anulará uma série de direitos assegurados na atual Consolidação das Leis do Trabalho. 

> Acompanhe a mobilização em todo o Brasil

A nova legislação irá alterar profundamente as relações de trabalho, abrindo possibilidade para aumento da jornada, redução de salários e enfraquecimento do poder dos sindicatos. Também possibilitará o trabalho intermitente, por meio do qual serão pagas somente horas efetivamente trabalhadas, independentemente do tempo à disposição, e sem direito a conquistas como 13º, férias e fundo de garantia.

A lei enfaquecerá o poder de negociação dos trabalhadores. Antes, os acordos e convenções coletivas só valeriam mais do que a lei se fossem melhores para o trabalhador. Direitos poderão ser rebaixados em diversos pontos como aumento da jornada de trabalho, redução do horário de almoço, Participação nos Lucros e Resultados, remuneração por produtividade e desempenho.

Outro prejuízo da nova lei é o fim da validade dos acordos coletivos até sua renovação (ultratividade). Os bancários, no entanto, estão com os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho garantidos até 1º de setembro de 2018, graças ao acordo com validade de dois anos conquistado após a greve de 31 dias em 2016. 

> O que muda com o desmonte trabalhista de Temer

O movimento sindical entregou à Federação dos Bancos (Fenaban), em agosto, Termo de Compromisso cobrando a manutenção dos direitos da categoria. O documento reivindica, entre outros pontos, a não contratação de funcionários terceirizados em atividades-fim. Mas até agora os bancos não apresentaram resposta. 

Campanha – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) iniciou, no dia 7 de setembro, uma campanha pela revogação da reforma trabalhista. A intenção é coletar 1,3 milhão de assinaturas para dar entrada no Congresso Nacional com um Projeto de Lei de Iniciativa Popular de revogação da reforma. 

O Sindicato mantém um posto de coleta de assinatura em frente à sua sede (Rua São Bento, 413, Centro). Participe!

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