Pular para o conteúdo principal

12º Congresso da Fetec/CUT-SP debate a reconstrução do Brasil

Imagem Destaque
Terceira mesa de debates do 12º Congresso da Fetec/CUT-SP

A terceira mesa do 12º Congresso da Fetec/CUT-SP, ocorrida na manhã deste sábado 19, recebeu o deputado federal eleito e coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos; e o deputado estadual eleito e ex-presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Claudio Marcolino; para debater os caminhos para a reconstrução do Brasil a partir das pautas dos trabalhadores. 

Também fizeram parte da mesa, na condução dos trabalhos, a presidenta da Fetec/CUT-SP, Aline Molina, e a secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro.

Na sua fala, Boulos destacou dois grandes desafios para o próximo período: derrotar o bolsonarismo e disputar a agenda no próximo governo.

“Temos duas batalhas que teremos de enfrentar no próximo período. A primeira delas será derrotar o bolsonarismo, com esse caldo de extrema-direita. A derrota do Bolsonaro na urna não significa que essa turma desapareceu. A segunda é a batalha sobre a agenda e projeto de país. Derrotamos Bolsonaro, mas precisamos derrotar a agenda política do governo Bolsonaro. Inclusive, fazer essa disputa com gente que estava contra o Bolsonaro na eleição, mas que agora já está fazendo coro com o mercado para sequestrar uma pauta que foi eleita por mais de 60 milhões de brasileiros”, avalia o deputado federal mais bem votado em São Paulo.

“Para reconstruir o Brasil nós vamos precisar botar nossa agenda. Vai ter de ter uma política fiscal mais flexível. Não tem como. 33 milhões de pessoas com fome. Olha o tanto de gente morando na rua. Como não vamos ter investimento em política habitacional emergencial. E a política habitacional, assim como infraestrutura e saneamento básico tem um outro efeito. Vocês sabem bem disso. Aqui tem gente da Caixa, do BB, que são nossos bancos públicos que mais financiam essas políticas. Tem o efeito direto de emprego e renda, de aquecer a economia, fortalecer a economia local. Nós vamos ter de fazer esse pacote robusto de investimento social no primeiro ano”, acrescentou.

Por sua vez, Luiz Claudio Marcolino traçou um amplo panorama da conjuntura política após as eleições e enfatizou a importância dos movimentos sociais e sindical paulistas se apropriarem das políticas públicas implementadas pelo futuro governo Lula, evitando assim que prefeitos de outro campo político levem crédito indevido pelas mesmas.

“Nós temos um desafio. A pauta que será colocada será uma pauta nossa. Teremos agora o orçamento do governo federal aplicado em São Paulo. Só que muitas vezes, nós, dos movimentos sindical e social, não nos apropriamos do investimento do governo federal em São Paulo (...) Temos que trabalhar a informação sobre tudo que for feito pelo governo Lula, nos próximos quatro anos, com os movimentos social e sindical, com os partidos, em cada cidade de São Paulo”, destacou Marcolino.

“É muito importante acompanhar o orçamento federal em cada município. Se a gente não se apropriar das políticas sociais do presidente Lula, em cada cidade que a gente mora, de novo o prefeito do PSDB, do PL, do União Brasil, vai se apropriar das políticas públicas como se fosse ele executando uma política pública federal. Não podemos deixar isso acontecer novamente”, acrescentou o deputado estadual eleito.

Por fim, a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, destacou a importância dos trabalhadores organizados continuarem a ocupar espaços nas ruas e redes.

“As brigadas digitais foram muito importantes, os comitês de luta foram muito importantes, a gente conseguir repensar uma comunicação diferente foi importante, abrir espaço para conversar com o s evangélicos foi importante. Fizemos uma série de coisas importantes e entendo aqui, com as falas do Boulos e do Luiz Claudio, que teremos de manter essas estratégias de estar nas ruas, nas redes, abrindo os sindicatos para os movimentos sociais, juventude, LGBTQIA+. Vamos ter de ocupar os espaços”, concluiu Neiva.  

seja socio