São Paulo – Em reunião do Conselho de Administração da Caixa, nesta quinta-feira 7, o item que transformava o banco em sociedade anônima, abrindo portas para a abertura de capital e privatização, foi excluído do texto do novo estatuto da instituição. A decisão representa uma grande vitória dos empregados, movimentos sociais e de todo o conjunto da sociedade.
“Nossa mobilização foi vitoriosa e vamos manter a luta nas ruas em defesa dos bancos públicos, que desempenham um papel fundamental na economia brasileira, como um importante instrumento de política econômica e de promoção ao desenvolvimento econômico e social”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato.
> Cartilha Em Defesa dos Bancos Públicos
— Sind. dos Bancários (@spbancarios) 7 de dezembro de 2017
O Sindicato esteve mobilizado durante todo o dia nas ruas e redes, ao lado dos empregados e movimentos sociais, em especial o de moradia, denunciando o que representaria o fim da Caixa 100% Pública para os trabalhadores e o país.
“A Caixa é o banco da habitação. Do Minha Casa Minha Vida. Do FGTS. Do FIES. Do Bolsa Família. Do crédito rural. Do saneamento básico. Da aposentadoria. Dos trabalhadores. Dos municípios. Da cultura, esporte, saúde, infraestrutura e do desenvolvimento do país. Atua em regiões nas quais bancos privados não têm interesse. Tudo isso só é possível pelo fato de ser um banco 100% público! Essa vitória não é só dos empregados. É uma vitória do Brasil. E sabemos que só foi possível graças à forte mobilização do Sindicato, ao lado dos trabalhadores, e demais entidades representativas”, celebra o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.
A retirada do item que transformaria a Caixa em sociedade anônima do novo estatuto do banco é a terceira vitória dos empregados contra as intenções privatistas do governo Temer. A primeira foi a retirada do trecho que obrigava empresas públicas a se transformarem em S/A do Estatuto das Estatais (Lei 13.303/2016), e a segunda veio em 18 de outubro, quando a mobilização dos bancários fez com que a votação da mudança no CA fosse suspensa.
“Agora, veio a vitória derradeira. A manutenção da Caixa 100% Pública. Temer, com a falsa justificativa de melhorar a governança do banco, queria passar por cima do próprio estatuto das estatais, que combatemos e que ainda tem itens questionados na Justiça, em clara ilegalidade. Porém, nos tempos atuais, sabemos que só a luta nos garante!”, diz Dionísio, enfatizando ainda a importância da eleição de representantes dos trabalhadores nos conselhos das empresas públicas. “Mesmo em minoria no CA, a gestão de Maria Rita Serrano ocupou posição estratégica para os empregados e ainda pode debater com os demais, pontuando a importância da Caixa 100% Pública e influenciando na decisão dos conselheiros.”
O dirigente ressalta ainda que possíveis alterações no novo estatuto da Caixa podem trazer prejuízos aos empregados e que, portanto, todos devem continuar mobilizados junto com seus sindicatos e outras entidades representativas.
“Afastamos o risco de transformação da Caixa em sociedade anônima, o que colocaria os empregos e direitos dos empregados sob séria ameaça. Porém, outras possíveis alterações no estatuto podem representar riscos aos direitos dos trabalhadores. Mostramos que com unidade e luta temos todas as condições de sairmos vitoriosos. Esse espírito tem de perdurar na defesa dos nossos direitos e da função social da Caixa, uma das instituições mais importantes para o desenvolvimento do país e o combate à desigualdade”, conclui Dionísio.