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Aluno revela trotes violentos na PUC de Sorocaba

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Ingestão de vômito alheio, de fezes e urina na cabeça estariam entre as práticas promovidas em trote na instituição de ensino no interior de São Paulo, segundo depoimento de aluno
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São Paulo – O Grupo de Apoio ao Primeiranista (GAP), formado por alunos do curso de Medicina da PUC de Sorocaba, apresentou à CPI das Universidades, na Assembleia Legislativa de São Paulo, um documento sobre os trotes na faculdade. Segundo Rodolfo Furlan, um dos criadores do GAP há dois tipos de trote sofrido pelos alunos. O mais simples consiste em corte do cabelo do calouro, pintura do corpo, obrigatoriedade do uso de camiseta; e outro, mais sofisticado, inclui a ingestão de vômito alheio, urina na cabeça e ingestão de fezes.

Furlan atualmente mora e estuda nos Estados Unidos e prestou depoimento na quarta 14, via Skype (foto). Ele deve voltar à faculdade de Sorocaba após o fim do intercâmbio.

Em seu depoimento, afirma que haveria nos trotes a participação de alunos e médicos formados, conhecidos apenas por apelidos. O rapaz contou que o de um dos veteranos mais violentos seria "Pior". Ele teria o costume de intimidar os calouros pelo Facebook. "O Pior era o líder do trote na PUC Sorocaba", afirmou Rodolfo, acrescentando que o GAP se viu forçado a investigar os crimes cometidos, por omissão das autoridades universitárias.

Um dos mais violentos - O professor Antonio Almeida, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, que participou da audiência da CPI, disse ter conhecido Rodolfo quando este o procurou e o convidou para participar de um simpósio que mostrava que a PUC Sorocaba tinha um dos trotes mais violentos das faculdades paulistas.

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Segundo Almeida, tanto alunos como professores deveriam ser chamados pela CPI. Ele relatou que o documento preparado pelo GAP mostrava uma foto na qual se via um estudante assistindo aula com uma focinheira, o que demonstra conivência do professor.

Esalq - A estudante Jade Gonçalves Ribeiro, da Esalq, relatou à CPI práticas que levam os alunos a humilhações, nudismo, escatologia e doping em festas com o intuito de estuprar as estudantes, entre outros objetivos. Um dos trotes seria conhecido Ralo Monstro: alunos despidos e bêbados são levados a um canavial, onde são abandonados para voltarem nus às repúblicas.

De acordo com Antonio Almeida, o Ralo Monstro é uma prática antiga na Esalq, denunciada por ele em artigo escrito para a imprensa de Piracicaba em 2002. "De lá para cá, ninguém pode alegar que desconhece esse trote", afirmou.

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Rede Brasil Atual - 16/1/2015

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