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Bancos ganham muito e querem pagar pouco

Linha fina
Balanços mostram que instituições financeiras têm desempenho maior que outros segmentos da economia, mas propõem reajuste menor
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São Paulo - Quem observa os números nos balanços das sete maiores instituições financeiras que operam no país percebe que a situação de Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Caixa, HSBC e Safra – que juntos lucraram R$ 25,8 bi apenas no primeiro semestre – é de fazer inveja aos demais setores da economia.

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O lucro, já elevado, poderia ser bem maior, caso os provisionamentos para devedores duvidosos (PDD) não tivessem sido tão elevados, mesmo com a baixa inadimplência registrada no país. Como o PDD entra como despesa,  pode rebaixar a PLR.

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Rentáveis demais – Outros dados informados pelos sete maiores bancos deixam claro o quanto o setor continua ganhando. Quando se compara o primeiro semestre de 2011 com igual período deste ano observa-se crescimento no que se refere a ativos totais, patrimônio líquido, receita de prestação de serviços e operações de crédito (veja quadro abaixo).

O setor também tem uma das mais altas rentabilidades da economia nacional. Nos três maiores bancos privados – Bradesco, Itaú e Santander –, a rentabilidade mediana ficou em 20,16% no primeiro trimestre, segundo a Consultoria Economática. Outros setores têm números muito menores (8,57% para Siderurgia e Metalurgia; 5,65% para Alimentos e Bebidas; 9,97% para Têxtil; 2,91% para Químico 2,91%; 7,01% para Telecomunicações e 8,58% para Construção), mas pagaram aumento real maior aos seus empregados. “Estudo do Dieese mostra que 97% das categorias profissionais fecharam campanhas salariais com aumento real médio de 2,23% no primeiro semestre. Os bancos, que ganham mais que todos esses setores, querem pagar menos aos seus funcionários”, ressalta a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Executivos - Os bancos querem economizar com os salários dos trabalhadores que estão na linha de frente, encarando o atendimento aos clientes e sofrendo para bater metas, mas não economizam com a remuneração dos executivos.

Enquanto as despesas das maiores instituições com pessoal cresceram 5,2%, entre 2010 e 2011, a remuneração dos executivos subiu 14,29% no mesmo período. E os cálculos para 2012 mostram que essa remuneração vai aumentar mais 9,7%. “Na hora de ampliar a remuneração dos altos executivos os bancos não medem esforços. Mas na hora de reconhecer o esforço dos trabalhadores vêm com choradeira na mesa de negociação”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Tarifa paga pessoal - Só com o montante que arrecadam com tarifas, bancos pagam folha de pessoal e ainda sobra dinheiro. O BB arrecadou R$ 10,3 bi com tarifas no primeiro semestre, 21,33% a mais do que o arrecadado em igual período de 2011. Com esse dinheiro, cobre em 130,25% a despesa com pessoal. A Caixa alcançou R$ 6,8 bi, cobrindo 110,14% sua folha.

O Itaú arrecadou R$ 10 bi, cobrindo em 147,61% o pagamento dos empregados. O Bradesco cobre 137,87% os salários de funcionários. Com os R$ 4,8 bi, o Santander cobre em 159,88% sua folha.

Apesar disso, não contratam mais funcionários para melhorar as condições de trabalho.

Mais emprego – Isso mostra que os bancos têm condições de ampliar os postos de trabalho. O Comando Nacional enviou carta com a reivindicação a todas as empresas, já que a Fenaban afirmou que o tema deveria ser debatido banco a banco. Bancos ainda não responderam.
 


Redação - 4/9/2012

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