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Bradesco Prime parado e ato unificado na Paulista

Linha fina
Mobilização marcou apoio de outras categorias à greve dos bancários, além de representar união por melhores salários e condições de trabalho
Imagem Destaque

São Paulo – Aumentos reais de salários, defesa dos direitos e avanço nas conquistas da classe trabalhadora em busca de um projeto de desenvolvimento socialmente justo. Essas foram as principais mensagens transmitidas por todos os representantes das diversas categorias e centrais sindicais no ato unificado desta quinta-feira 20.

Bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, funcionários dos correios e outras categorias do país em campanha salarial neste segundo semestre começaram a se concentrar logo pela manhã, bem em frente ao prédio Bradesco Prime da Avenida Paulista, que teve suas atividades totalmente paralisadas neste terceiro dia de greve.

> Fotos: galeria com imagens da manifestação e do Prime

Além de simbolizar o apoio de todas as categorias à greve dos bancários, o prédio representou a luta e resistência dos trabalhadores contra a ganância do sistema financeiro.

Bradesco Prime - O prédio reúne cerca de 1.800 funcionários (foto abaixo), que demonstraram sua indignação com a falta de valorização da categoria. "Eu apoio a greve, pois sei que sem ela é quase impossível conseguirmos melhorar nossos tíquetes, salário. O que mais motiva é saber o quanto eles ganham e que tem como nos pagar melhor. No meu setor todo mundo reclama das metas e trabalhamos muito para dar esse lucro", disse uma trabalhadora. "Não tem como não ser a favor da greve. Todas as reivindicações refletem o que os bancários passam. Uma reivindicação pode atingir alguns, mas outras reivindicações atendem a outros. Então contempla a todos, toda a massa", acrescentou outro.

“O setor que mais lucra no país não quer dividir com aqueles responsáveis pela geração desse lucro”, denunciou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. “Enquanto os executivos ganham 8 milhões no ano, muitos bancários ganham R$ 1.400. Essa injustiça precisa acabar. Não vamos sair dessa campanha sem a valorização do piso. Os bancos precisam dividir e cumprir seu papel social”, explicou Juvandia, ao ressaltar para a população que a greve da categoria acontece em função da intransigência e falta de proposta dos bancos, após 45 dias de negociação.

União e luta - Vagner Freitas, presidente da CUT, destacou a forte mobilização dos bancários nesta greve. “Nós nunca tivemos benefícios. Tudo o que conquistamos foi na base da luta. Por isso, a greve irá durar o quanto for necessário até que os bancos contemplem as reivindicações da categoria.”

O presidente da Central ressaltou a importância do ato, que, segundo ele, deixou de ser uma luta de campanhas salariais e passou a representar a luta de classe, da classe trabalhadora, em defesa da manutenção e ampliação dos direitos de todos que estão mobilizados por aumento real de salário e melhores condições de trabalho.

Luiz Claudio Marcolino, deputado estadual (PT) e ex-presidente do Sindicato, participou do ato e repudiou a postura dos empresários que se recusam a resolver as campanhas salariais das categorias na mesa de negociação. “Por isso a unidade é fundamental. Quando os trabalhadores se unem a conquista sempre vem. Assim foi na elaboração da proposta do fim do imposto na PLR, da política de valorização do salário mínimo, dentre várias que os trabalhadores unidos ajudaram a construir.”

Categorias paralisadas – Além dos bancários e trabalhadores dos Correios que já estão em greve, os petroleiros também irão parar por 24 horas no próximo dia 26. Nesta manhã, o prédio da Petrobrás teve suas atividades paralisadas por algumas horas.


 


Tatiana Melim – 20/9/2012

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