São Paulo – O horário estendido em algumas agências do Itaú foi tema de uma nova reunião entre os representantes dos trabalhadores e a direção do banco. Além de deixarem claro aos executivos do banco que são contra a medida, , nesta terça-feira 6 os dirigentes sindicais apresentaram sua proposta: horário estendido só se for das 9h às 17h, com dois turnos que não ultrapassem seis horas cada, e com contratações de mais bancários.
“O movimento sindical fechou essa posição e está unido diante do problema. Infelizmente, o Itaú afirmou não ser política da empresa adotar a proposta, o que nos leva a um impasse. Vamos aguardar a próxima negociação com o banco e estamos estudando as ações que tomaremos diante da falta de consenso”, informa o diretor do Sindicato Júlio César Silva Santos. Uma nova reunião para discutir o assunto foi marcada para 27 de novembro.
Unilateral – Sem qualquer consulta aos sindicatos, o Itaú começou a alterar os horários de algumas agências. Certas unidades de shoppings passaram a funcionar das 12h às 20h; enquanto outras, situadas em corredores de bancos, adotaram dois novos horários: algumas das 9h às 17h e outras das 11h às 19h.
Das 4 mil agências do banco no Brasil, 350 já funcionam nesse novo perfil, ou seja, 8% delas. E a expectativa, segundo informou o banco na reunião dessa quarta, é de chegar a 10% das unidades no país.
“Voltamos a afirmar nesta reunião que isso prejudica os funcionários, que viram seu horário de trabalho alterado de uma hora para a outra. Muitos já tinham compromissos como faculdade ou pegar os filhos no colégio, por exemplo, que tiveram de ser cancelados”, critica Júlio.
Outro problema, segundo o dirigente, é que, com as mudanças, muitos bancários passaram a extrapolar consideravelmente seus turnos. “Alguns chegam a cumprir 10 a 12 horas por dia”, denuncia.
O dirigente acrescenta que os novos horários trazem ainda riscos à segurança dos funcionários, que passam a sair mais tarde do trabalho.
Avanço – “No que se refere à segurança, conseguimos que o banco revertesse a mudança de horário de duas agências da Rua Cantareira, na região da 25 de Março”, informa. Júlio explica que essas unidades, que chegaram a funcionar até às 19h, voltaram ao horário normal, das 10h às 16h. “Cobramos que os bancários se sentiam vulneráveis saindo às 19h e o banco cedeu.”
Pressão – A medida unilateral do Itaú foi alvo de uma série de protestos dos trabalhadores. Algumas agências chegaram a ser fechadas.
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Foram essas manifestações, segundo Júlio, que levaram a empresa a abrir um canal de diálogo com os sindicatos. “A primeira reunião foi em setembro. Na próxima, que será no dia 27, esperamos poder ampliar o debate e avançar”, afirma Júlio.
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Andréa Ponte Souza - 6/11/2012
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Em reunião com trabalhadores, banco defende mudanças e impasse se mantém. Nova negociação foi marcada para dia 27
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