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Chapéu
Mais dinheiro, menos empregos

Bradesco lucra R$ 4,6 bi nos três primeiros meses do ano

Linha fina
Resultado corresponde a crescimento de 13% em doze meses e 6% no trimestre; mas, se analisado período logo após incorporação do HSBC, banco cortou 3.278 empregos desde setembro de 2016
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Imagem: Pixabay / C0 Public Domain

São Paulo – O Bradesco começou 2017 com o lucro nas alturas. Nos três primeiros meses do ano, o banco lucrou R$ 4,648 bilhões. O resultado corresponde a crescimento de 13% em doze meses e 6% no trimestre. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 18,3%, com aumento de 0,3 p.p. em relação a março de 2016. 

O Bradesco encerrou março de 2017 com 106.644 empregados, aumento de 15.249 postos de trabalho se comparado ao mesmo mês de 2016. A expansão foi motivada pela incorporação do HSBC. Se analisado o período logo após a incorporação, houve redução de 3.278 postos de trabalho desde setembro do ano passado.

“O Bradesco começou o ano com um resultado muito expressivo, fruto da dedicação dos trabalhadores. Entretanto, esses mesmos bancários que garantem lucros cada vez maiores para o banco, continuam sofrendo com demissões e sobrecarga de trabalho”, avalia a dirigente sindical e funcionária do Bradesco Erica de Oliveira.

“A incorporação do HSBC acaba mascarando o elevado número de demissões no banco. Porém, o Sindicato está atento e promove uma jornada de luta contra os cortes, com protestos em diversas agências e concentrações. As demissões não afetam só os bancários que deixam o Bradesco, pais e mães de família, mas também aqueles que permanecem no banco, que ficam cada vez mais sobrecarregados, e os clientes, que têm o atendimento precarizado”, acrescenta.

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Os cortes no Bradesco tornam-se ainda mais injustificáveis quando analisada a receita com tarifas cobradas dos clientes, que alcançou R$ 5,8 bi, crescimento de 17,8% em doze meses. Somente com o que arrecada com tarifas, o banco cobre 124,8% do total das despesas com pessoal.

Outros números – Contribuíram para o excelente resultado do Bradesco no primeiro trimestre as receitas de crédito, com crescimento de 12%; receitas de Títulos e Valores Mobiliários, elevação de 23%; e o resultado com seguros, previdência e capitalização, 15% maior em doze meses.

A carteira de crédito expandida cresceu 8,5% em doze meses e atingiu R$ 502,7 bi. As operações com pessoas físicas aumentaram 16,3% em relação ao primeiro trimestre de 2016, chegando a R$ 171,8 bi. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 330,9 bilhões, aumento de 4,9% em doze meses. As comparações anuais são afetadas pela aquisição do HSBC, que se efetivou em julho de 2016.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 1,4 p.p. no período, ficando em 5,6%. Com isso, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) também subiram significativamente (40,7%), totalizando R$ 8,2 bi e impactando negativamente o lucro do banco.

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