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Chapéu
O jogo virou

Trabalhadores param o Brasil contra retrocessos do governo Temer

Linha fina
Milhões participam da greve geral em todo o país em oposição às reformas da Previdência, trabalhista, a lei da terceirização e em defesa dos bancos públicos; repressão policial foi registrada em diversos pontos do país, inclusive na sede do Sindicato
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Foto: Ricardo Stuckert/Mídia Nínja

São Paulo – O Brasil parou contra a agenda de retirada de direitos promovida pelo governo de Michel Temer e o Congresso Nacional. Dezenas de categorias profissionais aderiram oficialmente à greve geral convocada pela CUT e demais centrais sindicais em oposição às reformas da Previdência, trabalhista, à lei da terceirização e em defesa dos bancos públicos. A mobilização foi deflagrada na sexta feira 28 e provocou um clima de feriado em diversas capitais do país, com comércio fechado e ruas vazias.  

Vagner Freitas, presidente da CUT, não fez uma estimativa do tamanho da paralisação, mas diante do número de categorias que aderiram, afirmou ser “a maior greve geral da classe trabalhadora”.

“A greve geral foi uma resposta clara da sociedade brasileira contra essas reformas. É um recado direto que as centrais sindicais querem dar para os congressistas: não morram abraçados com o [presidente Michel] Temer. O trabalhador não vai mais eleger congressista que votar em reforma da Previdência, reforma trabalhista, porque são traidores da classe trabalhadora”, afirmou Vagner.

A pressão continua. Em razão do Dia do Trabalho, na segunda 1º, a CUT e demais centrais sindicais realizarão ato na Avenida Paulista. Os trabalhadores também devem protestar contra as reformas enviando e-mails aos deputados (bit.ly/DepSP) e senadores (bit.ly/SenadoBR).  

Bancários – Em São Paulo, Osasco e região, mais de 60 mil bancários de 530 locais de trabalho entre agências e centros administrativos paralisaram as atividades – alguns parcialmente.  

“A greve geral foi muito forte, com grande apoio da população e participação massiva dos bancários em uma clara demonstração de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitam a avalanche de retirada de direitos que está sendo imposta por um governo ilegítimo e um Congresso Nacional dominado por empresários e ruralistas”, afirmou a presidenta do Sindicato Juvandia Moreira. 

Entre as categorias mais numerosas que paralisaram as atividades estão os professores e trabalhadores de ensino em geral, bancários, metalúrgicos, vigilantes, servidores públicos, trabalhadores da limpeza urbana e dos correios.  A paralisação dos ônibus foi total em capitais como Curitiba, Salvador e Recife e parcial em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte. O metrô aderiu parcialmente à mobilização em todas as cidades que dispõem do serviço.

Na capital paulista, a paralisação dos ônibus municipais atinge mais de 60% das linhas. As ligações entre bairro e centro estão inoperantes, mas micro-ônibus circulam entre os bairros da periferia. No metrô, as linhas 1-azul e 2-verde operam parcialmente, a 3-vermelha ficou fechada e 4-amarela e 5-lilás circulam normalmente. A CPTM tem operação parcial em todas as linhas.

Repressão policial – Na parte da manhã, a Polícia Militar de São Paulo prendeu ao menos 16 manifestantes que protestavam em rodovias e avenidas da região metropolitana da capital paulista. A polícia usou bombas para dispersar manifestantes em locais como a Avenida São João e os arredores da Praça Ramos.

No Rio, a polícia reprimiu, com balas de borracha, manifestantes nas proximidades do aeroporto Santos Dumont. Também na capital fluminense, na parte da tarde, bombas de gás e tiros de borracha foram disparados pelos policiais. O local era um dos pontos de concentração para outro protesto marcado para as 17h em direção ao Centro.

O Sindicato também foi palco da truculência policial. Sem mandado e armados de escopetas de grosso calibre, ao menos cinco policiais militares invadiram a sede da entidade sob o pretexto de revistar manifestantes que protestavam nas cercanias da entidade e buscaram refúgio em seu interior.

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