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Chapéu
Santander

Sindicato de São Paulo e do Rio cobram soluções no Vila

Linha fina
Entre os principais problemas estão horas extras forçadas durante o fim de semana e opções de alimentação que não atendem às necessidades dos trabalhadores
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Foto: Seeb/SP

Em carta endereçada ao Santander, os sindicatos dos bancários de São Paulo, Osasco e Região e do Rio de Janeiro cobram soluções para problemas enfrentados pelos trabalhadores das unidades Vila Santander Paulista (VSP), Vila Santander Empresarial (VSE) e Vila Santander Carioca (VSC). A pauta de reivindicações tem oito itens, e as entidades solicitam que o banco apresente posicionamento ainda nesta semana.

No prédio Paulista, as melhorias nas condições para as refeições dos funcionários é uma das prioridades. Hoje, os funcionários têm duas opções de alimentação, mas ambas são caras e não atendem às necessidades de quem tem expediente de seis horas.

"O serviço é igual para quem trabalha 8h ou 6h, mas quem tem o segundo expediente tem apenas 20 minutos de intervalo, e não consegue fazer o pedido e comer usando apenas uma das duas paradas que tem disponível. Para fazer o pedido e se alimentar, ele tem que usar as duas pausas ou comprometer sua “aderência” ou seja tempo de trabalho dedicado ao atendimento.", explica o dirigente sindical e funcionário do Vila Paulista, Fernando Mattos.

Ele acrescenta ainda que o valor cobrado no restaurante, mais de R$ 45 o quilo, acaba pesando no orçamento dos bancários e que uma opção, além de mais rápida e mais barata, resolveria a questão.

A pesquisa de satisfação respondida pelos clientes do Santander também tem prejudicado os trabalhadores de call center. A avaliação após o atendimento não esclarece se o cliente dá nota para quem o atendeu ou para o banco, o que tem gerado avaliações negativas injustas, impactando na progressão de carreira e colocando em risco o próprio emprego do trabalhador. "Neste caso, pedimos para que o banco apresente a íntegra do conteúdo e do método de avaliação para que possamos debater o assunto", disse Fernando.

Trabalho nos fins de semana

Os abusos contra os bancários não param por aí. Eles têm sido obrigados a realizar horas extras em um sábado e um domingo por mês, o que já havia sido denunciado anteriormente pelos trabalhadores.

“Obrigar que se faça horas extras aos finais de semana é uma ingerência absurda na vida privada do trabalhador. Os trabalhadores contam com os seus finais de semana para ficar com a família, com os filhos, possuem compromissos pessoais, fazem trabalhos voluntários de verdade nas suas comunidades. Imagine a situação de uma mãe com filho pequeno obrigada a trabalhar no fim de semana, quando a creche ou escola não funcionam”, relata o dirigente sindical e funcionário do Vila Santander, André Bezerra.

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Ele destaca que, na carta, os bancários cobram que a empresa pare de convocar obrigatoriamente para trabalho em regime de horas extras aos finais de semana e que, se esta é uma prioridade, que o Santander contrate mais trabalhadores a fim atender esta demanda.

Isso também vale para o redirecionamento de funcionários para atendimento em áreas específicas, diferentes das suas de origem. "Por exemplo, um atendente de conta corrente tem atendido constantemente clientes do SAC, mesmo não tendo conhecimento suficiente da área, o que aumenta o risco de erros, de reclamações no Banco Central, tornando o bancário vulnerável a penalidades e até mesmo a ser demitido", explica o dirigente sindical.

"Reivindicamos que haja contratação de novos trabalhadores para atender as demandas de cada área, e caso exista a necessidade de redirecionamento, que só sejam remanejados quem tenha treinamento suficiente para a nova área", disse André Bezerra.

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Gerentes e folgas

Os gerentes digitais do Santander relatam que todos os funcionários estão trabalhando no modo “disponível” com headset, durante toda sua jornada de trabalho, o que tem impedido que eles possam atender de maneira adequada sua carteira de clientes e ainda de cumprir as metas estabelecidas pela empresa. Neste caso, a reivindicação é que seja estabelecido um limite de exposição do trabalhador como "disponível", para que ele possa exercer as outras funções relacionadas ao cargo.

A marcação de folga que os trabalhadores têm à disposição referente aos feriados trabalhados tem gerado problemas porque o Santander segue descumprido o acordo específico para os call centers. Os bancários relatam que nenhuma das três datas escolhida por eles para a folga têm sido respeitadas, nem o prazo de cinco dias para marcar a folga em relação ao feriado trabalhado e muito menos no acréscimo ao período de férias.

Outros não têm conseguido marcar as folgas a que têm direito referentes ao serviço prestado para a Justiça Eleitoral. O pedido neste caso é simples: que o banco cumpra o acordo específico e, no caso das folgas por serviço prestado nas eleições, que cumpra a lei eleitoral.

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Queixas com transporte

A mudança dos trabalhadores do Vila Santander Paulista e Empresarial para outro prédio também tem gerado especulações e preocupação entre os trabalhadores, especialmente no que tange ao transporte e alimentação na região. Por conta disso, o documento apresentado pelos sindicatos pede que o banco esclareça institucionalmente se os fretados serão mantidos no novo endereço, como já ocorre em outras concentrações.

Também foi identificado e assumido pelo banco o pagamento incorreto do vale-transporte, aplicando um desconto de 4% sobre o salário total, em um claro descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Por conta disso é preciso que seja pago o valor retroativo a todos os trabalhadores que foram afetados.

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