Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Desmonte

Banco do Brasil nega prorrogação do VCP

Linha fina
A partir deste mês, funcionários perderão Verba de Caráter Pessoal; extensão, reivindicada pelo movimento sindical, visava atenuar impactos da reestruturação na vida dos trabalhadores
Imagem Destaque
Foto: Guina Ferraz / Contraf/CUT

São Paulo – Em mesa de negociação sobre a reestruturação do Banco do Brasil, realizada no dia 1º de junho, os representantes do banco público negaram a reivindicação da Comissão de Empresa dos Funcionários para a extensão da VCP (Verba de Caráter Pessoal), que visava atenuar os impactos da reestruturação na vida dos trabalhadores.

““Infelizmente, o BB se mostrou irredutível e não tem planos para a extensão da VCP. Segundo o banco, as pessoas que perderam cargos estão sendo priorizadas em concorrências, via TAO e TAO Especial, que continuará, sem prazo para encerramento, permitindo assim que os funcionários possam ter a chance de manter a remuneração. Discordamos que apenas isso seja a solução, pois a concorrência em si já traz prejuízo na carreira e no salário. Em muitos casos, os cargos são inferiores aos anteriores", relata o diretor executivo do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários, João Fukunaga

O BB informou que 2.105 funcionários, que perderam toda a comissão, estão em VCP integral. E 1.590, que sofreram descenso na carreira e tiveram redução salarial, em VCP parcial. A partir deste mês, esses trabalhadores perderão a VCP. Foram feitas 22 mil nomeações e 16 mil nomeações em lateralidade, na concepção do banco.

Após reivindicação do movimento sindical, cerca de 600 caixas de todo país, que estavam em esquema de substituição a mais de 90 dias, foram efetivados. “Porém, ainda existem distorções em parte das agências, nas quais caixas estão em substituição há mais de um ano. Vamos continuar cobrando a adequação, com a efetivação desses trabalhadores”, diz o diretor do Sindicato.

No dia 9 de junho será realizada nova audiência, no Ministério Público do Trabalho (MPT), sobre o processo de reestruturação no BB.

Projeto piloto – O BB anunciou o início de um projeto piloto, em São Paulo, nas agências que absorveram clientes oriundos de unidades fechadas, no âmbito da reestruturação. Será adequado o quadro de funcionários ao aumento de demanda, com inclusão de duas carteiras de gerência média e vagas de caixas, atenuando assim a sobrecarga no atendimento.

O resultado dessas ações pode ser visto na agência Vila Carrão, zona leste de São Paulo, onde o Sindicato realizou protesto denunciando a sobrecarga e a falta de condições de trabalho.

“Este projeto piloto saiu após a intervenção do Sindicato, que fez atos de protesto denunciando as condições precárias nas agências sobrecarregadas pela absorção da demanda das unidades fechadas, como é o caso da agência Vila Carrão, zona leste de São Paulo. Vamos monitorar de perto o projeto, uma vez que o Sindicato tem recebido de forma recorrente denúncias de bancários sobre falta de condições de trabalho”, destaca o dirigente. 

O banco, por meio da Gepes e da Super, informou que fará estudos dos impactos da absorção de clientes das unidades fechadas e visitará agências para discutir melhorias e ouvir a opinião dos funcionários.  

Desconto – Cobrado pelos trabalhadores, o BB informou ainda que não aceita negociar o desconto da remuneração dos funcionários que aderiram à greve geral, no dia 28 de abril.

“Entendemos que o desconto fere o direito constitucional à greve. Diante dessa postura da direção do BB, o Sindicato, que sempre priorizou a via negocial, mas que nesse caso não obteve qualquer abertura para negociação por parte do banco, vai entrar com as medidas judiciais cabíveis para reverter o desconto”, conclui o diretor do Sindicato.

seja socio