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Chapéu
Raspadinha

Temer quer privatizar quem financia programas sociais

Linha fina
Governo pretende arrecadar R$ 2 bilhões com privatização da “raspadinha”; loterias transferiram R$ 4,8 bilhões para cultura, educação e segurança pública somente em 2016
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Arte: Apcef e Fenae

São Paulo – A equipe econômica chefiada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ganhou a queda de braço com a direção da Caixa Econômica Federal. O governo fará um leilão para repassar a administração da Lotex, a loteria conhecida como “raspadinha”, para a iniciativa privada. A Caixa queria controlar a empresa para depois privatizá-la.

Até o mês passado, a estimativa era a de que a concessão da Lotex poderia arrecadar R$ 4 bilhões, valor agora revisto para R$ 2 bilhões. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

De acordo com a Caixa, entre 2011 a 2016, as loterias arrecadaram R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões foram direcionados para o financiamento de projetos em áreas como cultura, esporte, bolsa de estudo e segurança pública.

Somente em 2016, as loterias operadas exclusivamente pela Caixa arrecadaram R$ 12,9 bilhões, dos quais R$ 4,8 bilhões foram transferidos para programas sociais. Desse total, 45,4% foram para a seguridade social, 19% para o Fies, 19,6 % para o esporte nacional, 8,1% para o Fundo Penitenciário Nacional, 7,5% para o Fundo Nacional de Cultura e 0,4% para o Fundo Nacional de Saúde.

“O governo Temer pretende privatizar esses serviços para, em uma visão de curto prazo, atenuar o déficit fiscal, mas metade dos recursos arrecadados com as loterias são direcionados para os investimentos sociais”, reforça o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa Dionísio Reis. “E aí cabe a pergunta: a empresa privada que ganhar o leilão continuará revertendo recursos da loteria para os programas? Não. Esse dinheiro irá para o lucro dessa empresa e só.”

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