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Chapéu
Sem proteção

Trabalhadores exigem mais segurança nas agências; nossas vidas não têm preço!

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Foto onde se vê um grupo de cinco dirigentes sindicais bancários em frente a uma agência do Santander, segurando uma faixa com a frase: Os trabalhadores exigem respeito

Furtos, golpes, ameaças. Esses são alguns dos problemas relatados por bancários que trabalham em agências sem equipamentos de segurança. Sob a justificativa de que as unidades não lidam com numerários, os grandes bancos estão retirando vigilantes e portas giratórias das agências, deixando assim trabalhadores e clientes vulneráveis a vários tipos de violência.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região protestou, nessa quarta-feira 23, contra a falta de segurança nas agências bancárias. Os dirigentes percorreram cinco agências na zona norte, do Santander, do Bradesco e do Itaú, denunciando o problema aos usuários e correntistas e conversando com os bancários.

“Ao retirar vigilantes e portas giratórias, os grandes bancos estão desrespeitando as vidas de seus funcionários e de seus clientes. Mesmo com lucros bilionários, os bancos retiram equipamentos de segurança para cortar custos. Isso é uma afronta aos trabalhadores e aos cidadãos que utilizam seus serviços, e que, aliás, pagam juros e tarifas altíssimos para isso. O Sindicato vai continuar protestando e denunciando esse absurdo à população”, diz a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias.´

A dirigente destaca ainda que num país como o Brasil, cujas desigualdades sociais se agravaram muito nos últimos anos, qualquer estabelecimento comercial tem segurança, até mesmo padarias. “É um disparate que agências bancárias não tenham!”

Trabalhadores e clientes vulneráveis

Os bancos justificam dizendo que nos novos modelos de agências, as chamadas agências de negócios, não se trabalha com dinheiro. Mas os trabalhadores e clientes dessas agências estão vulneráveis a toda sorte de violência, como relata o coordenador Regional Norte do Sindicato,  André Bezerra. “Há relatos de furtos a bolsas e celulares de clientes e bancários dentro dessas agências; relatos de bancários que são agredidos por usuários que chegam nessas agências e não encontram caixas; há até relatos de gangues que atuam aplicando golpes em clientes dentro das agências”, conta o dirigente.

Há ainda agências de dois andares com apenas um vigilante. “Esse único vigilante fica impossibilitado de ir ao banheiro durante a jornada, e se vai, deixa a agência ainda mais vulnerável”, destaca.

Investimento em segurança não chega a 5% do lucro

Dados dos balanços de quatro dos cinco maiores bancos – Bradesco, Santander, BB e Caixa – apontam que, em 2022, juntos, eles não chegaram a investir nem 5% de seus lucros em Vigilância e Segurança. O lucro dos quatro, somados, chegou a R$ 75,2 bilhões, mas o investimento em segurança foi de apenas R$ 3,2 bi, ou seja, 4,3% de seus lucros.

Desde 2021, o Itaú não informa mais em seu balanço o investimento em segurança, mas a julgar pelos anos anteriores, o montante investido não é muito diferente dos demais: em 2019, o Itaú desembolsou R$ 744 milhões com segurança, o que correspondeu a 2,6% do lucro; em 2020, o valor investido foi de R$ 730 milhões, ou seja, 3,8% de seu lucro (como o lucro em 2020 foi menor por conta da pandemia, a proporção ampliou).

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