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Sem portas de segurança e vigilantes nas agências, Sindicato alerta para aumento da violência

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Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicatom veste uma blusa rosa e um blaser preto

Com o aumento do fechamento das agências nas periferias das grandes cidades e abertura de agências para clientes de alto padrão, os bancos estão retirando as portas giratórias e os vigilantes para diminuir seus custos.

O enfraquecimento do sistema de segurança, especialmente nas chamadas “agências conceito” ou “lojas”, aumenta a insegurança dos funcionários e clientes. Os bancos argumentam que, no modelo das lojas, não há transação suficiente de dinheiro que justifique a instalação de portas giratórias e contratação de vigilantes. Uma inverdade, porque apesar de não possuírem caixas, essas agências mantêm áreas de autoatendimento com caixas eletrônicos, e muitas delas realizam a compensação dos depósitos. O banco está preocupado com a segurança patrimonial, mas nós estamos atentos às vidas, que são insubstituíveis.

A redução dos mecanismos de segurança nas agências também atinge o debate sobre a saúde e condições de trabalho, especificamente a saúde mental dos funcionários, pelo aumento da insegurança no ambiente de trabalho. Além disso, clientes, bancários e as próprias agências possuem aparelhos visados por criminosos, como notebooks, computadores e telefones celulares.

O Sindicato apresentou ao banco Itaú, por exemplo, um mapeamento de todas as agências localizadas em áreas de potencial risco para bancários e clientes. Estima-se que o Itaú invista cerca de 3% do lucro na segurança.

O banco, desde de 2021, deixou de divulgar dados desagregados em seu demonstrativo de resultados. Em 2019, o Itaú investiu R$ 744 milhões com segurança (2,6% do Lucro) e em 2020 o Itaú investiu R$ 730 milhões com segurança (3,8% do Lucro).

Em 2022, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa (quatro dos cinco maiores bancos que atuam no país, juntos com o Itaú) desembolsaram R$ 3,3 bilhões em despesas com “Serviços de vigilância e segurança”, o que representa cerca de 4,3% do lucro do período (R$ 75,222 bilhões). Os dados são dos demonstrativos financeiros dos bancos.

Na Campanha Nacional dos Bancários de 2022, os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban levantamento que apontou 839 ataques em 2020, dos quais 321 explosões ou arrombamentos de caixas eletrônicos; 439 assaltos ou tentativas; 34 ataques a carro-forte; e 45 saidinhas bancárias. Além de 40 assaltos a correspondentes e 86 a agências dos Correios ou lotéricas. Dentre as ocorrências, foram identificadas seis vítimas fatais. A pesquisa feita pela Contraf-CUT e confederação dos vigilantes leva em consideração assaltos, saidinhas, explosões de caixas eletrônicos – inclusive os não consumados –, e foi feita com base em notícias na imprensa, dados de secretarias de segurança pública e de sindicatos.

Ainda não há tipificação de golpes envolvendo PIX. Contudo, a modalidade de golpes virtuais cresce amplamente. Em 2022, os estelionatos alcançaram o recorde de 1.819.409 ocorrências, o que equivale a uma média de 207,7 casos registrados por hora no país. No país, considerando apenas o período entre 2021 e 2022, o crescimento dos registros de estelionatos foi de 37,9%. Cresceu também a quantidade de celulares roubados e furtados, o que sugere ampliação de golpes envolvendo PIX.

O movimento sindical continuará insistindo em sua tese de que mais instrumentos de segurança sejam utilizados e não o contrário. A redução de investimentos nesta área não traz benefícios para o conjunto da sociedade. Aumenta cada vez mais os lucros e os dividendos, mas a que preço?

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