São Paulo - Agora tem força de lei! Os bancos deverão criar centros de realocação e requalificação profissional. A conquista dos bancários veio junto com o acordo de dois anos, fechado após os 31 dias de greve da Campanha Nacional Unificada 2016. O termo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2016/2018, assinado na segunda-feira 25, regulamentou a criação desses centros, conforme previsto na Cláusula 62 da CCT. No ato, os cinco maiores bancos já aderiram ao termo: Bradesco, Itaú, Santander, BB e Caixa.
“Essa é uma das mais importantes conquistas da categoria nos últimos anos”, avalia a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários e participou de todas as negociações com a federação dos bancos. “Diante das novas tecnologias, queremos que os bancos requalifiquem e realoquem seus funcionários. Um setor com tão bons resultados, tanta lucratividade, não tem porque agravar o quadro de desemprego no país. Pode e deve promover a criação de postos de trabalho e a manutenção dos empregos.”
O objetivo é que esses centros permitam a realocação e requalificação de postos de trabalho que estão sendo extintos devido à tecnologia. As comissões de empregados (COEs e CEEs) tratarão com os respectivos bancos os detalhes dos centros a serem implementados em cada um deles.
“Na campanha do ano passado conquistamos a criação de um grupo de trabalho conjunto entre os bancários e a Fenaban. E agora avançamos e queremos minimizar o desemprego gerado pelas mudanças tecnológicas e organizacionais", reforça Ivone.
Demissões injustificáveis – Mesmo sendo o mais lucrativo do país, o setor financeiro segue promovendo desemprego. Os bancos fecharam 14.460 postos de trabalho no Brasil, entre janeiro e agosto de 2017, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na sexta-feira 22.
“Os quatro maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) tiveram lucro líquido de R$ 31,4 bilhões no primeiro semestre do ano, com alta de 22,6%. Em contrapartida, eles demitem e extinguem postos de trabalho. Uma falta responsabilidade social, já que os bancos usam a rotatividade para aumentar seus lucros e precarizar as relações de trabalho. Vamos trabalhar muito pela implantação dos centros de realoção para acabar com isso ”, completa a presidenta do Sindicato.