Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Anos 90?

Sem compromisso com você, Temer quer vender seu patrimônio

Linha fina
Empresas e bancos públicos foram construídos com recursos de toda sociedade brasileira; venda só faz empobrecer ainda mais o Brasil e os brasileiros
Imagem Destaque
Arte: Marcio Baraldi

São Paulo - Um governo que não pensa no povo. Essa é a melhor definição da gestão que tomou de golpe o país há mais de um ano. De lá para cá, a esmagadora maioria do povo brasileiro – ou seja, os trabalhadores – vêm perdendo direitos, empregos e correm o risco de perder também seu patrimônio.

O governo Temer e a parte do Congresso Nacional formada por parlamentares ligados a grandes empresas estão dispostos a vender o Brasil e tornar o país, novamente, refém do capital internacional e do rentismo que afundou a nação nos anos 1990.

Diante disso, os movimentos sindical e social estão mobilizados, em campanha na defesa dos bancos públicos e contra o desmonte das demais empresas públicas. Na quinta-feira 14, o Sindicato foi às ruas em atos conjuntos por todas as regiões de São Paulo e em Osasco.

“Não estão de olho apenas no Banco do Brasil e na Caixa. Querem privatizar tudo que puderem. Doria está entregando São Paulo às empresas privadas, assim como o governador Geraldo Alckmin. E o governo federal também, privatizando empresas como a Eletrobrás e a Petrobras. Por isso estamos nas ruas e faremos uma séria de audiências públicas nos municípios da base do Sindicato para esclarecer à sociedade sobre os riscos que o país está correndo e mobilizar todos para essa luta”, disse a presidenta do Sindicato, Ivone Silva.

A vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, lembra outros casos nos  quais a entrega do patrimônio brasileiro à iniciativa privada vai prejudicar a sociedade como um todo. “Entregar a Petrobras é comprometer recursos que estavam reservados para saúde e educação. Já abriram a possibilidade de estrangeiros comprarem terra de maneira ilimitada no Brasil. Isso significa que os estrangeiros estão de olho nos minérios que há nessa terra, na água que tem sob ela. Estão querendo privatizar até a Casa da Moeda! Então é fundamental defender as empresas públicas.”

Bancos - O governo Temer está promovendo uma série de ataques aos bancos públicos e a população é a maior prejudicada. O Banco do Brasil já eliminou 10 mil postos de trabalho e fechou 400 agências. A Caixa Federal cortou 4,7 mil vagas de emprego e quer fechar outras 5 mil. São menos bancários e agências para atender a população e mais sobrecarga de trabalho. Além disso, a direção da Caixa está reduzindo departamentos responsáveis pelas funções sociais do banco, como os que gerenciam o FGTS, os programas sociais e o crédito habitacional.
O governo também vai aumentar o custo dos empréstimos do BNDES.

Banco do Brasil, Caixa e BNDES são fundamentais para o desenvolvimento do país. A diminuição desses bancos afeta diretamente a vida do povo e só beneficia os bancos privados, que terão ainda menos concorrência e poderão cobrar juros e tarifas ainda mais caras da população e do setor produtivo.

> Cartilha detalha a importância dos bancos públicos para o país

Defender a Petrobras é defender o Brasil - As empresas estrangeiras estão sempre de olho nesse patrimônio nacional criado em 1953. Privatizar a Petrobras é entregar o petróleo e seus lucros, acabar com o desenvolvimento econômico e social proporcionado pela empresa pública e deixar para estrangeiros a tecnologia do Pré-Sal desenvolvida por brasileiros. No primeiro semestre de 2017, a Petrobras gerou caixa de R$ 22,7 bilhões e lucro de R$ 4,8 bilhões. Esses recursos voltam para a economia interna e para a sociedade. Michel Temer e Pedro Parente mentem quando dizem que a Petrobras está quebrada.

Metrô e Trem em SP - A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô transportaram em 2017 cerca de 6,4 milhões de passageiros por dia útil. O governador Geraldo Alckmin quer privatizar a Linha 5-Lilás que vai do Capão Redondo até a Chácara Klabin. Privatização significa transporte de baixa qualidade, menos segurança e mais atrasos. A Linha 4, privada, começou a ser construída em 2004, não está pronta até hoje e foi palco do maior acidente da história do Metrô. A Linha 5 foi iniciada em 1998 e não houve ampliação até 2010. A licitação das obras está sob suspeita de fraude. Dia 28 o governo do estado pretende privatizá-la e não dá garantia de que as empresas farão investimentos, mas terão lucro garantido, mesmo que o governo não entregue as estações que promete. É o dinheiro do povo que vai pagar as empresas em caso de prejuízo.

Eletrobras - Michel Temer, rejeitado por 95% da população, quer entregar a soberania energética nacional para estrangeiros com a venda da Eletrobras, a maior empresa de geração de energia brasileira. Um terço da capacidade elétrica do país depende da empresa que teve lucro de R$ 3,4 bilhões em 2016. Países como Alemanha e até Estados Unidos barraram a venda de seus ativos energéticos, porque sabem que entregar o controle da geração e distribuição de energia deixa a população à mercê de interesses do mercado e de países estrangeiros, que vão encarecer a tarifa.

A Real Situação dos Correios - O governo Temer e o presidente dos Correios querem a privatização e para isso estão desmontando a empresa. A qualidade do serviço está pior e os atrasos em cartas, encomendas, boletos e demais correspondências não é por culpa do carteiro ou dos atendentes. Desde 2011 não tem concurso para contratação. Enquanto isso, os Correios abriram vários Programas de Demissões que eliminaram mais de 10 mil postos de trabalho, e o governo quer reduzir mais 10 mil vagas. Isso só vai piorar a situação. O presidente da empresa recusa-se a debater com os trabalhadores a real situação dos Correios e não apresenta proposta real aos trabalhadores, que se não tiverem alternativas entrarão em greve dia 19 de setembro. Pedimos a todos que apoiem os Correios e cobrem da direção da estatal mais respeito.

São Paulo não está à venda - O prefeito de São Paulo, João Doria, congelou bilhões do orçamento público da prefeitura para saúde, segurança, cultura e educação. Agora quer entregar a rede de serviços públicos municipais para as mãos da iniciativa privada sem ouvir a população. Haverá menos fiscalização e novas tarifas poderão ser criadas, dificultando o acesso a direitos e serviços.

O Projeto de Lei 367 dá ao prefeito poder de privatizar sem consultar a população. Já o PL 404 vai permitir a venda de terrenos com menos de 10 mil m2. Advinha quem vai ganhar? Você ou os empresários? Assine o projeto de lei de iniciativa popular que exige o plebiscito para que o povo decida se quer ou não as privatizações. Saiba mais em facebook.com/spnaoestaavenda.

seja socio