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Chapéu
São Paulo

Trabalhadores nas ruas contra reformas e privatizações

Linha fina
No Dia Nacional de Lutas, sindicatos de diferentes categorias, dentre elas a dos bancários, se mobilizam para barrar retrocessos e defender os bancos públicos brasileiros
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Foto: CUT/SP

São Paulo - Nas fábricas e nas ruas é preciso reagir ao desmonte dos direitos que toma conta do Brasil. É com esta concepção que a CUT São Paulo, seus sindicatos e subsedes promoveram atos e mobilizações nesta quinta-feira 14, no Dia Nacional de Lutas.

Entre as primeiras ações do dia, no centro da capital paulista, bancários e servidores municipais ocuparam a Praça da Sé para dialogar com a população sobre o projeto de país que vem sendo implementado, segundo matéria da CUT, por um governo ilegítimo e por parlamentares que defendem não apenas a Reforma Trabalhista e o fim da aposentadoria, mas também a privatização das empresas estatais e de programas e áreas públicas da cidade.

Os bancários também ocuparam as portas do Metrô para panfletar nas estações, Sé, São Bento, Anhangabaú, Jabaquara, Tucuruvi, Butantã, Trianon-Masp, Brigadeiro, Consolação, Capão Redondo e Tatuapé.

Na região do Hospital das Clínicas, servidores estaduais da saúde, psicólogos e médicos organizaram uma tenda para coletar assinaturas pela revogação da reforma trabalhista.

Secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, reforça a importância do trabalho nas bases. “A gente percebe que a população está sensível porque começa a sentir os efeitos do golpe e das políticas de desmonte”, afirma.

Centro de São Paulo - Pela manhã, os trabalhadores também fizeram um ato com caminhada pelas ruas do centro de São Paulo até a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, na Consolação. Diversas categorias e centrais sindicais participaram da atividade para alertar a população sobre o momento de ataques aos direitos.

As atividades fazem parte do “Dia Nacional de Lutas”, agenda tirada durante a 15ª Plenária Congresso Extraordinário da CUT Nacional, realizada em agosto, mas também do calendário do movimento “Brasil Metalúrgico” contra a terceirização ilimitada e a retirada de direitos.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana lembrou que a reforma trabalhista aprovada, se levada adiante, submeterá a classe trabalhadora a uma relação de trabalho cruel. “O governo quer aproveitar esse momento (de crise) para negar direitos que duramente nós, e aqueles que lutaram antes de nós, conquistaram com muita luta.”

Presidenta do Sindicato, Ivone Silva exemplificou porque a privatização das empresas públicas é prejudicial. “Há coisas que os bancos privados não fazem, como ter agências em municípios menores, onde os bancos públicos estão presentes. Outro exemplo é que 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas são da agricultura familiar, o que só possível por conta de alguns programas de financiamento. Os bancos privados não farão isso sem cobrar juros exorbitantes”, alertou.

Como resultado do ato, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego informou que receberá uma comissão formada pelos sindicalistas para discutir as pautas apresentadas. No entanto, ainda não há data definida para esse encontro.

Para além da capital - Secretário-Geral da CUT São Paulo, João Cayres lembra que a Central tem como meta coletar 1,3 milhão de assinaturas para revogar a Reforma Trabalhista (Clique aqui). “Ano que vem, que é ano eleitoral, esperamos que a população eleja deputados e senadores comprometidos com população e não esses que votaram contra os interesses da maioria do povo brasileiro”, disse.

Em Osasco, os metalúrgicos fizeram paralisações nas empresas Meritor, Belgo e Cimaf na parte da manhã e a categoria, ao lado dos bancários, também panfletou na estação de trem da CPTM.

“Os trabalhadores estão conscientes de como as reformas irão piorar as suas vidas e muito preocupados com as mudanças na aposentadoria. E, a partir de agora, assumiram que irão coletar assinaturas para revogar os retrocessos da Reforma Trabalhista”, relatou o vice-presidente da CUT-SP, Valdir Fernandes.

Na cidade de Guarulhos, trabalhadores da construção civil, bancários e aeroviários realizaram assembleias nas empresas. “Todos assumiram ajudar na luta contra a retirada de direitos e também irão coletar assinaturas”, conta Marcos Meira, coordenador da subsedes da CUT-SP em Guarulhos.

Na região de Sorocaba, trabalhadoras do vestuário mobilizaram-se em frente da empresa Emphasis, em Votorantim, explicando item por item da Reforma Trabalhista que entrará em vigor em 11 de novembro.

Professoras municipais em Presidente Prudente - Divulgação CUT-SP“Mais de 90% da categoria é de mulheres que entendem que serão duplamente penalizadas. Se o nosso setor já é de baixa remuneração, imagina com mudanças flexíveis a favor dos patrões, com mulheres grávidas trabalhando em áreas insalubres, oficialização do bico, entre outros retrocessos”, afirma a secretária de Mulheres da CUT-SP, Márcia Viana.

Com as trabalhadoras da Emphasis, dirigentes cutistas fizeram durante o horário de almoço rodas de conversa para orientar, coletar assinaturas e tirar dúvidas da categoria.

Em Presidente Prudente, no dia do aniversário do município, servidores municipais da educação fizerem protesto durante desfile do centenário da cidade. “Falamos sobre a importância da luta para barrar a retirada de direitos e a valorização dos profissionais que atuam nas escolas”, relatou a secretária de Política Sindical da CUT-SP, Sônia Auxiliadora.

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