Nesta terça-feira, 9 de dezembro, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região se uniu a diversas outras categorias de trabalhadores em protesto, convocado pela CUT e demais centrais sindicais, pela redução da taxa básica de juros (Selic).
O protesto ocorreu no mesmo dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, está reunido pela última vez no ano para deliberar sobre a taxa básica de juros. A decisão sobre o patamar da Selic deve ser divulgada na tarde de quarta-feira, 10 de dezembro, segundo e último dia da reunião do Copom.
Hoje, a taxa básica de juros da economia brasileira está em 15%, o maior nível em 20 anos e que coloca o Brasil como o país com a segunda maior taxa de juros real (taxa básica menos a inflação) do mundo, atrás apenas da Turquia.
“Os bancários, toda vez que antecede uma reunião do Copom, protestam aqui em frente ao Banco Central. Do jeito que está não dá para continuar. O Brasil precisa de juros baixos para poder crescer, para fomentar o crédito”, enfatizou a diretora executiva do Sindicato Erica de Oliveira.
“Temos visto o esforço do governo federal, com a isenção do IR até R$ 5 mil, a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário, a luta pelo fim da escala 6x1, mas tudo isso precisa ser acompanhada por uma política econômica que seja justa com os trabalhadores. Essa taxa de juros atual é absurda. Não favorece quem quer gerar emprego, renda e impede os trabalhadores de realizarem seus sonhos, consumindo mais e fazendo a economia girar”, reforçou o dirigente do Sindicato Antonio Netto.
Entenda
O Copom se reúne a cada 45 dias, por dois dias consecutivos, para, com base na avaliação do cenário econômico e na inflação, redefinir a Selic. Nos três últimos encontros - em julho, setembro e novembro – o Copom decidiu manter a Selic em 15%, o que, segundo analistas do mercado, deve se repetir nesta última reunião do ano.
A principal justificativa para a taxa básica de juros ser mantida em patamar tão elevado, de acordo com o Copom (que tem autonomia para definir a Selic, sem interferência do governo federal), é o controle da inflação.
Entretanto , com a inflação de produtos e serviços controlada, e com movimentos inflacionários mais relacionados com questões sazonais, esta estratégia de manutenção da taxa básica de juros em patamar tão elevado é bastante questionada, uma vez que trava o desenvolvimento econômico e a geração de emprego e renda, beneficiando apenas o rentismo.