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Motoristas de São Paulo decidem parar no dia 19 contra a ‘reforma’ da Previdência

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Na assembleia geral do SindMotoristas, presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou que paralisação contra desmonte da Previdência é no Brasil inteiro: “E não é só dos motoristas, não. É de todas as categorias"; metalúrgicos do ABC também vão aderir
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Foto: Roberto Parizzoti/CUT

São Paulo – Mais de 4 mil motoristas de ônibus reunidos pelo SindMotoristas, em assembleia geral nesta quarta-feira 7, na Quadra dos Bancários, decidiram paralisar as atividades no dia 19 de fevereiro contra o fim da aposentadoria proposto pela “reforma da Previdência”.

 “Dia 19 é greve nacional no Brasil inteiro contra a reforma da Previdência”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas (foto abaixo), que emendou: “Não sei se eles (deputados) vão votar no dia 19, 20 ou 21. Mas não vamos ficar correndo atrás do calendário deles. Vamos parar todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Não só o transporte. Vamos parar servidores públicos, professores, metalúrgicos, todos”.

Também na quarta-feira 7, em assembleia, os metalúrgicos dos ABC decidiram aderir à greve da segunda-feira 19. E os bancários estão sendo consultados com assembleias nos locais de trabalho, que iniciaram nesta quinta-feira 8 e seguem na sexta-feira 9 e nos dias 14 e 15.

A afirmação feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que colocará a reforma da Previdência em votação no dia 20 “para garantir a mobilização para que possa encerrar esse assunto no dia 20, dia 21, 22 ou, no limite, dia 28” contribuiu para reforçar a decisão de greve nacional.

A data de votação ainda não foi definida porque o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 da reforma da Previdência, mas Maia acha que o Brasil precisa da reforma que restringe o acesso à aposentadoria de milhões de brasileiros.

A assembleia dos motoristas de São Paulo, que contou com a participação de sindicalistas de outras cidades da Região Metropolitana, foi marcada para discutir a “reforma” da Previdência e a nova lei trabalhista e votar a paralisação no dia 19, que acabou sendo confirmada porque a categoria está pronta para “ir pra cima”, segundo o presidente do SindMotoristas, Valdevan Noventa.

"São Paulo vai puxar a luta da classe trabalhadora, não tenham dúvidas disso", disse Noventa. "Essa reforma da Previdência quer acabar de vez com nossos direitos. E esse Sindicato jamais vai fugir da luta", acrescentou, dizendo que conclamou a categoria para uma nova plenária no dia 16, para organizar a participação na greve do dia 19.

Para o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Transportes Urbanos, Metropolitanos, Intermunicipais de Guarulhos e Região (Sincoverg/CUT), Mauricio Brinquinho, chegou a hora de enterrar de vez essa reforma.

"Estão usurpando os nossos direitos, e é com luta e com a nossa greve que devemos responder. E é dia 19 que temos de fazer isso. Agora é a hora de enterrar essa reforma da Previdência. Quem deixa o Brasil andando são os condutores e condutoras", disse Brinquinho.

Essa movimentação toda é fundamental para impedir a aprovação da reforma de Temer, diz a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro. Segundo ela "eles não têm votos. Se intensificarmos a mobilização eles não vão conseguir votar”. Carmen e o secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre, participaram da reunião com Maia na manhã da quarta-feira 7, em Brasília. 

Governo mexe novamente no texto para forçar a aprovação - No desespero para votar a reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Artur Oliveira Maia (PPS-BA), foi curto e grosso ao apresentar aos jornalistas, nesta quarta-feira 7 as mudanças de alguns itens no texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que restringe o acesso à aposentadoria.

Segundo ele, três trechos serão modificados, referentes a trabalhadores rurais, dependentes de policiais mortos em serviço e pessoas contempladas com o Benefício de Prestação Continuada (BCP). Mas o parlamentar deixou claro que outras alterações não estão descartadas e poderão ser feitas durante discussão e possível votação a matéria no plenário da Câmara, “contanto que o recuo do governo resulte em votos favoráveis para a aprovação da proposta”.

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